metropoles.com

Haddad e Tebet penam para aprovar medidas no Congresso até fim de 2023

Restam apenas oito semanas para o término do ano legislativo. Haddad e Tebet precisam aprovar medidas arrecadatórias e Orçamento de 2024

atualizado

Compartilhar notícia

Edu Andrade/Ascom/MF
52730858724_8db2e29fd4_c
1 de 1 52730858724_8db2e29fd4_c - Foto: Edu Andrade/Ascom/MF

A dois meses do fim do ano, a equipe econômica corre contra o tempo para limpar a fila de medidas que precisam ser aprovadas para iniciar 2024 com as contas públicas organizadas. Além de desajustes que prosseguem na articulação política, dois feriados em novembro (nos dias 2 e 15/11) contribuem para atravancar as votações.

Paralelamente, um episódio nessa sexta-feira (27/10), causou impactos negativos para a ala econômica como um todo. Em café da manhã com jornalistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu que talvez não seja possível cumprir a meta de déficit zero em 2024, conforme vinha sendo vendido pelo próprio governo.

“Tudo que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal a gente vai fazer. O que eu posso dizer é que ela não precisa ser zero”, disse o presidente. Ato contínuo, a Bolsa de Valores reagiu mal e caiu, já o dolár registrou alta.

De volta aos caminhos a serem percorridos ainda este ano, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, tem enfrentado impasses na votação do Orçamento de 2024, o primeiro totalmente elaborado pelo terceiro governo Lula (PT).

Tradicionalmente, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano seguinte é aprovada até meados do ano. No entanto, este ano a norma que baliza o Orçamento sequer foi aprovada até outubro.

Na última quinta-feira (26/10), o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), disse que a posição do governo é para votação da LDO e da LOA ainda este ano. “Existe a concordância do presidente (Rodrigo) Pacheco de fazer quantas sessões forem necessárias até o fim do ano, para a votação da LDO e da LOA”, disse ele à imprensa.

No entanto, alas do governo já trabalham com a possibilidade de ter apenas a LDO de 2024 aprovada, enquanto a Lei Orçamentária Anual (LOA), que é o Orçamento em si, pode ficar para o ano que vem.

Medidas arrecadatórias

A vida do titular da Fazenda, Fernando Haddad, também não está fácil. Ele precisa aprovar uma série de projetos que aumentam a arrecadação e que são necessários para zerar o déficit no ano que vem, promessa da qual o ministro não abre mão, apesar de dúvidas recentes lançadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

0

Para zerar o déficit primário no próximo ano, o governo precisa de R$ 168 bilhões de receitas brutas adicionais, muitas das quais ainda dependem da aprovação de projetos pelo Congresso Nacional.

Depois de adiamentos sucessivos, o governo conseguiu firmar acordo com a Câmara e aprovou, na noite de quarta-feira (25/10), o projeto de lei que prevê a taxação dos fundos exclusivos e offshore, os chamados “super-ricos”.

A votação foi concluída após o governo federal agradar o Centrão com uma troca no comando da Caixa Econômica Federal, com a nomeação de um nome indicado pelo presidente Arthur Lira (PP-AL).

A taxação de rendimentos de ativos em outros países poderá gerar mais de R$ 20 bilhões de arrecadação para os cofres públicos entre 2024 e 2026. O projeto ainda precisa ser votado no Senado.

Outra matéria que tem potencial arrecadatório elevado (em torno de R$ 35 bilhões) é a que regulamenta a cobrança de impostos federais (IRPJ e na CSLL) sobre as subvenções para custeio de empresas. Essas subvenções são benefícios fiscais concedidos por estados.

A medida foi inicialmente enviada ao Congresso via medida provisória (MP), mas o governo teve de substituí-la por um projeto de lei em razão de divergências entre Câmara e Senado sobre o rito de tramitação das MPs.

Após leitura do parecer, CCJ do Senado pede vista à PEC da tributária

No Senado, a atenção está voltada para a reforma tributária. O governo mira sua aprovação até a primeira quinzena de novembro. Como deverá ser alterado, o texto terá de retornar para análise dos deputados.

O governo ainda precisa do aval do Congresso para o projeto de lei que regulamenta o mercado de apostas esportivas no país, que pode render algo na casa dos R$ 5 bilhões.

Há risco de as propostas serem desidratadas no Legislativo, o que pode levar a reduções nas projeções de arrecadação.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?