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Grupos radicais crescem em Brasília e deixam a República atrás de grades

Militantes bolsonaristas se organizam em diferentes acampamentos e preocupam autoridades do DF e a PGR, que investiga financiamento

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Grades em volta do Congresso Nacional
1 de 1 Grades em volta do Congresso Nacional - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Respondendo a convocações pela internet, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estão criando grupos organizados em Brasília para pressionar o Legislativo e o Judiciário. Pautas antidemocráticas defendidas por esses grupos, como o fechamento do Congresso ou a invasão do Supremo Tribunal Federal (STF), despertaram alerta em autoridades do DF, da Procuradoria-Geral da República e em parlamentares que se tornaram alvos de cobranças radicais.

Por causa dos recentes atos do presidente Bolsonaro que ocorrem desde a chegada da pandemia do coronavírus no Brasil e do aparecimento de acampamentos de militantes, como o “300 do Brasil”, os prédios que sediam os Poderes da República estão cercados por grades que impedem o acesso. Além disso, tiveram a vigilância reforçada, apesar de as sessões estarem sendo realizadas remotamente.

Em volta do Palácio do Planalto, há grades móveis, mas que permanecem na área desde 2013. No Supremo e no Congresso Nacional, porém, o isolamento foi ampliado nas últimas semanas. Não é possível chegar perto do espelho d’água que há antes da entrada do prédio do CN.

Próximo às cercas, manifestantes se revezam todos os dias para pressionar autoridades e defender Bolsonaro. Os alvos principais são os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, ambos do DEM, e os ministros do Supremo Tribunal Federal, em especial Alexandre de Moraes, que preside inquéritos que investigam a disseminação de fake news e os atos bolsonaristas.

Pelo menos três grupos
O Metrópoles mostrou nesta semana que um dos grupos de militantes, os “300 do Brasil”, conseguiu juntar mais de R$ 60 mil em uma vaquinha na internet para financiar a estadia dos seus membros na capital federal. Impedidos pelas autoridades do DF de montar barracas na Esplanada, eles se reúnem em local não divulgado e fazem atos diários no centro da capital.

Em um deles, a coordenadora do movimento, Sara Winter, convoca seus seguidores a mostrar “coercitivamente” aos ministros do Supremo que eles não são semideuses.

Há pelo menos outros dois grupos convocando militantes. Está sendo convocada por dois ativistas, em vídeo que tem circulado pelas redes sociais, uma invasão ao prédio do STF neste fim de semana. Eles anunciam a vinda para Brasília de “300 caminhões” e muitos “ex-combatentes” para a tarefa.

Um terceiro grupo se concentra na Praça dos Três Poderes e busca interagir com os motoristas que passam, por meio de bandeiraços. É formado principalmente por pessoas de mais de 45 anos e mantém uma placa onde se lê “Acampamento Patriótico”, e o nome e telefone de seu patrono: Renan Sena.

Trata-se do homem que, após ter sido identificado em atos de agressão a enfermeiros que faziam protesto pacífico na mesma Praça dos Três Poderes, foi demitido do Ministério da Mulher e dos Direitos Humanos, onde prestava serviços como terceirizado.

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Investigações em várias instâncias
A atividade desses acampamentos entrou na investigação da Procuradoria-Geral da República que foi iniciada depois de um dos atos antidemocráticos em abril deste ano. Os procuradores investigam no inquérito que tramita no STF principalmente quem financia esses movimentos. Até deputados federais estão entre as pessoas citadas.

O financiamento e a realização de atos que pedem o fechamento de instituições democráticas podem ser enquadrados na Lei de Segurança Nacional.

Como os organizadores chegam a ameaçar invadir os prédios do Supremo e do Congresso, a inteligência policial do Distrito Federal acompanha de perto cada passo dos militantes. Nos locais onde eles se reúnem no centro de Brasília sempre há carros da PM. Veja:

Acampamento 300 do Brasil
Os “300 do Brasil” têm uma base no estacionamento do Ministério da Justiça

Partidos de esquerda, que também são alvos desses grupos, têm pedido investigações no Parlamento e para as autoridades.

A influenciadora digital Sara Winter tem usado as redes sociais para defender o movimento que lidera das acusações de cometimento de crimes.

Também nas redes sociais, o escritor Olavo de Carvalho, que é o principal guru ideológico desses militantes, tem feito várias postagens encorajando o conflito com os Poderes.

Veja mais imagens das grades que isolam o Parlamento brasileiro.

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