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Governo já resgatou mil Yanomamis “para não morrerem”, diz secretário

Comunidade indígena Yanomami está em estado de crise humanitária por desassistência médica. Número de resgatados deve aumentar

atualizado

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Weibe Tapeba/Sesai/Divulgação
Foto colorida mostra crianças Yanomami em situação de desnutrição na Terra Indígena Yanomami- Metrópoles
1 de 1 Foto colorida mostra crianças Yanomami em situação de desnutrição na Terra Indígena Yanomami- Metrópoles - Foto: Weibe Tapeba/Sesai/Divulgação

O Ministério da Saúde já resgatou mais de mil indígenas em estado grave de saúde da comunidade Yanomami em Roraima. O número foi anunciado pelo secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Ricardo Weibe Tapeba, nesta terça-feira (24/1), cinco dias após o governo decretar emergência humanitária no local.

“Nós acreditamos que mais de mil indígenas foram resgatados nesses últimos dias do território para não morrerem”, afirmou.

Segundo as autoridades, o número de resgatados deve aumentar nos próximos dias, pois há regiões do território que ainda não receberam os agentes de saúde.

“É uma operação que envolve uma complexidade muito grande, uma estrutura, uma logística e nós precisamos cobrir todo o território, principalmente aquelas comunidades que estão muitas vezes refém das ações dos garimpeiros”, declarou.

Desde 16 de janeiro, equipes do ministério atuam na área com cuidados aos indígenas com desnutrição grave, malária e envenenamento por mercúrio como consequência do garimpo ilegal. Em 2021, profissionais de saúde denunciaram formalmente para a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) várias situações graves que estavam ocorrendo com os indígenas da região, mas não houve providências.

O território Yanomami é a maior reserva indígena do país, com mais de 30,4 mil habitantes. A terra indígena engloba áreas dos estados de Roraima e do Amazonas. Em uma semana, 29 crianças Yanomami foram encaminhadas ao único hospital indígena do estado.

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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou estado de emergência na região na sexta-feira (20/1) e anunciou uma série de medidas humanitárias. Desde então, o único hospital infantil do estado recebeu pelo menos 29 crianças Yanomamis.

Os doentes têm sido encaminhados ao posto de Surucucu, uma unidade de saúde precária. Os quadros gravíssimos são encaminhados para Boa Vista.

Operação de guerra

O presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami, informou que, só no domingo (22/1), foram resgatados 26 crianças e dois adultos para cuidados médicos.

“Eu estive no território, quando eu falo em operação de guerra, não é figura de linguagem. [Temos] a todo momento aeronaves pousando e decolando, trazendo e levando pacientes graves.”

O secretário ainda prometeu realizar uma auditoria interna para investigar a demora no atendimento às comunidades no último ano. As denúncias enviadas à Funai em 2021 passam por falta de atendimento médico, descumprimento de contratos e até venda de remédios que deveriam ser destinados aos Yanomamis.

“Pretendemos implantar aqui uma auditoria interna pra acompanhar essas questões do contratos. É um absurdo a gente pensar nessa possibilidade, de desvio de recursos para medicamentos, por exemplo. Estamos acompanhando um cenário bem complicado também no contrato de horas voos, que é o principal aqui do Distrito. A gente não pode pensar desse serviço ser paralisado”, concluiu.

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