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Governo federal não sabe destino de 15% dos testes de Covid-19 doados a órgãos públicos

Ministério da Saúde não conhece a destinação de cerca de 38 mil testes. Pasta detalha somente o uso em pesquisas e em distritos indígenas

atualizado

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Ministério da Saúde/Reprodução
CHEGADA TESTES RAPIDOS CORONAVIRUS COVID-19
1 de 1 CHEGADA TESTES RAPIDOS CORONAVIRUS COVID-19 - Foto: Ministério da Saúde/Reprodução

Em meio à pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o Ministério da Saúde desconhece onde foram parar 38 mil testes enviados a órgãos públicos federais. Ao todo, a pasta doou 256,9 mil unidades do material.

Órgãos como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a Secretaria-Geral da Presidência da República, o Ministério da Defesa, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) — não há detalhes de quais unidades em quais estados — e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) receberam lotes do teste.

Outras autarquias teriam recebido os exames, mas o Ministério da Saúde não soube detalhar o uso e a quantidade.

O volume de doações foi levantado pelo Metrópoles, com base em informações publicadas na plataforma Localiza SUS, alimentada pela pasta  com o panorama do enfrentamento da doença no país.

O Ministério da Saúde garante que 160 mil testes foram encaminhados para pesquisas, como a coordenada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Outros 58,9 mil teriam sido enviados aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis), que gerenciam unidades básicas de saúde indígena e Casas de Apoio à Saúde Indígena (Casai).

Contudo, falta saber a destinação de 15% da doação, algo próximo de 38 mil testes. O Ministério da Saúde não sabe, por exemplo, se o produto foi usado ou se está guardado.

Em nota, a pasta classificou os repasses aos órgãos como “doações menores”. “Na apresentação do Localiza SUS, o Departamento de Logística em Saúde (DLOG) acumulou esses testes no grupo ‘órgãos federais’ porque eles não foram destinados às secretarias de Saúde de estados”, informa o texto.

Os citados

Entre os citados pelo Ministério da Saúde, quem mais recebeu os exames foi a Presidência da República. Foram 2.320 testes rápidos. Segundo a Secretaria-Geral da Presidência, o material foi usado em servidores que estavam em trabalho presencial e tiveram sintomas de Covid-19.

Os exames foram utilizados em funcionários da Presidência, que inclui Casa Civil, Gabinete de Segurança Institucional, Secretaria de Governo, Secretaria-Geral e Vice-Presidência. Alguns funcionários fizeram mais de um teste. Atualmente, há 260 em estoque.

“[Os testes foram usados no] pronto atendimento aos infectados e em medidas preventivas aos servidores que tiveram contato com infectados, a fim de preservar a integridade física desses servidores, bem como a continuidade das atividades institucionais exercidas no âmbito da Presidência”, ressalta, em nota.

A Anvisa confirmou o recebimento de 320 testes em junho de 2020, que foram usados para monitoramento de servidores e colaboradores da agência.

“A justificativa para o uso desses testes se baseou na necessidade de realizar o adequado gerenciamento da força de trabalho da Anvisa frente a casos confirmados e suspeitos de Covid-19”, explica, em nota.

O Ministério da Defesa destacou que pediu o material ao Ministério da Saúde devido à dificuldade para aquisição do produto durante a pandemia. A pasta não detalhou a quantidade recebida.

“Os testes rápidos foram distribuídos para as Organizações Militares de Saúde que estavam atendendo pacientes com suspeita de Covid-19. Esses testes foram utilizados em pacientes e profissionais de saúde. Não há estoque, pois houve o empregado em sua totalidade”, frisa, em nota.

A Abin diz ter recebido 600 exames rápidos. “Os testes estão sendo utilizados no monitoramento e controle dos servidores da instituição. Praticamente todo o estoque recebido já foi utilizado”, resume, em nota.

O Senai não comentou o caso. O espaço segue aberto a esclarecimentos.

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