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Goiás: pela 1ª vez, mapa da pandemia aponta calamidade no estado todo

Segundo o último levantamento, fechado dia 1º/4, todas as macrorregiões goianas estão na situação mais grave de contágio do novo coronavírus

atualizado

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Mapa da Covid-19 em Goiás
1 de 1 Mapa da Covid-19 em Goiás - Foto: Reprodução

Goiânia – Pela primeira vez, desde o início do monitoramento da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SESGO), por meio do mapa da pandemia, todo o estado está em situação de calamidade. Ou seja, todas as 18 regiões goianas estão no pior nível da pandemia de coronavírus.

De acordo com o mais recente levantamento, divulgado nessa quinta-feira (1º/4), apesar do nível de esforço e dos dias de medidas restritivas, o mapa do estado está todo vermelho, o que representa o nível de calamidade. Isso significa uma alta taxa de contágio da Covid-19, acima de 1. Dessa forma, 100 infectados transmitem a doença para, pelo menos, outras 100 pessoas.

O primeiro mapa semanal foi divulgado em 17 de fevereiro passado. À época, seis das 18 regiões de Goiás estavam no nível mais grave em relação à doença. De lá para cá, a situação só foi piorando. Em apenas duas das semanas, duas regiões do estado não entraram no pior nível.

Na semana passada, apenas uma região ficou em estado crítico (o primeiro abaixo do pior) e, na semana atual, o mapa todo avermelhou, o que indica a pior situação possível. E isso em meio ao feriado prolongado da Semana Santa, onde tradicionalmente as pessoas viajam.

O mapa da pandemia leva em consideração seis indicadores, são eles: velocidade de contágio no tempo (Rt); incidência de casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave); variação de mortalidade por Covid-19; taxa de crescimento de solicitações de leitos de UTI ao Complexo Regulador Estadual; taxa de ocupação de leitos de UTI, públicos e privados; e taxa de ocupação de leitos de enfermaria, públicos e privados.

A taxa de ocupação das UTIs para Covid-19 segue acima de 85% em toda a rede hospitalar do estado.

Orientações

De acordo com a SES, as recomendações aplicadas em regiões classificadas como situação “crítica” ou de “calamidade” só poderão ser modificadas se a região apresentar melhora da situação por duas semanas consecutivas (14 dias).

Assim, a região que na semana anterior estava com situação de “calamidade” e nesta semana melhorou para “crítica” ou “alerta”, precisa manter as medidas de “calamidade” por mais uma semana.

Já a região que na semana anterior estava como situação “crítica” e passou para “alerta” nesta semana, precisa manter as medidas de situação “crítica” por mais uma semana.

Por sua vez, a região que piorou a situação deverá imediatamente adotar as medidas restritivas da situação de piora em que se encontra agora, e manter tais medidas por 14 dias.

Com base na atualização do mapa, agora é aguardada uma avaliação por parte do Governo de Goiás para saber se manterá a lógica 14/14 (duas semanas de fechamento e duas semanas de abertura do comércio não essencial). Afinal, na última quarta-feira (31/3), depois de ficar 14 dias fechados, o comércio não essencial retomou o funcionamento conforme o decreto do governo estadual que estabelece o revezamento das atividades econômicas.

 

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Ocupação

De acordo com o painel eletrônico da SES, com atualização em tempo real, a taxa de ocupação de leitos de UTI e enfermarias nos hospitais estaduais de Goiás está em 85,36%% na tarde desta sexta. Dos 1.236 disponíveis, 181 estavam desocupados. Com relação apenas a UTIs, a taxa de ocupação é de 95.33%. Das 535 disponíveis, apenas 25 estão livres. Nas enfermarias, a taxa de ocupação é de 77,75%.

Conforme a SES, Goiás já contabiliza 11.802 vidas perdidas para a Covid-19. A taxa de letalidade está em 2,42%, a mais alta desde o início da pandemia. Ao todo, são 488.040 casos confirmados de contaminação pelo novo coronavírus no estado.

O mês de março deste ano acabou como o pior mês da pandemia: foram 98 mortes e mais de 2,8 mil casos de Covid-19 por dia em Goiás. Ao todo, o mês registrou 88.503 pessoas contaminadas e 3.401 mortes.

Colapso na rede hospitalar

O governador Ronaldo Caiado (DEM) falou na última quarta-feira (31/3) que existe, neste momento, uma escassez de equipes de saúde para trabalhar em hospitais e, dentro deles, mais da metade dos pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva morrem.

“Essa é uma realidade que as pessoas têm que entender. Não é só a abertura do leito. Nós estamos abrindo leito, mas as equipes especializadas na pandemia estão há um ano enfrentando um ambiente de altíssimo risco. Eles vêem os pacientes internados e intubados, 80% deles evoluindo a óbito. As pessoas têm que ter responsabilidade com a pandemia“, ponderou o governador.

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