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Flávio Dino diz que Ciro Gomes no centro é “roupa que não lhe cabe”

O governador do Maranhão e o deputado Marcelo Freixo se filiaram nesta terça (22/6) ao PSB e tentam unir a esquerda em torno de Lula

atualizado

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Luciana Lima/Metrópoles
Filiacao ao PSB 1
1 de 1 Filiacao ao PSB 1 - Foto: Luciana Lima/Metrópoles

Após se filiar ao PSB, nesta terça-feira (22/6), o governador do Maranhão, Flávio Dino, ressaltou a necessidade de que a esquerda construa a frente ampla contra Bolsonaro e comentou a atual posição do pedetista Ciro Gomes, que aposta no discurso antipetista, aliada à crítica pesada contra o presidente.

Dino argumentou a necessidade de se ter Ciro como aliado no campo da esquerda. “Se não der no primeiro turno, que seja no segundo turno”, apontou.

Para o governador, Ciro busca, nas críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocupar o espaço de candidato do centro político. No entanto, segundo Flávio Dino, a posição não terá sucesso para viabilizar Ciro como candidato da chamada terceira via, ou seja, pode não levá-lo a se viabilizar de forma competitiva.

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“Ciro, hoje, tenta ocupar espaço que não lhe cabe. É como se estivesse em loja de roupa que não lhe cabe. Essa roupa mais centrista não se coaduna com sua trajetória. Ele pode até dizer que não é do nosso campo, mas eu digo que é”, disse Dino.

O governador do Maranhão afirma que ele e Ciro estão no mesmo campo. “É vital o diálogo com ele e não podemos repetir 2018. Porque, vou dizer, fez falta”, disse Dino, apontando que a crítica não é no sentido de culpar Ciro por erros políticos na última eleição. “Não é para culpá-lo também. Se ele errou, certamente ele não errou sozinho”.

Elogios de Freixo

Ciro já foi um quadro do PSB e recebeu do deputado Marcelo Freixo (RJ) elogios por sua capacidade. “É um dos quadros mais preparados e corretos”. Freixo, que também oficializou sua filiação ao PSB, no entanto, foi crítico ao posicionamento de Ciro e defendeu uma aproximação.

Para Freixo, diante da atual situação do país, não é possível que haja duas candidaturas no mesmo campo político.

“Hoje, diante do quadro que está colocado, não se consegue ter duas candidaturas no mesmo campo. Temos uma situação mais difícil. O que a gente tem que fazer é ter muita capacidade de diálogo e de paciência. Eu acho que o PDT e o Ciro são muito importantes para o que a gente tem que fazer. É muito importante a gente deixar essa porta aberta”.

Embora Dino tenha uma proximidade com forças do PDT, ele disse que não tem conversas marcadas com Ciro, mas deve ter um diálogo com o presidente da legenda, Carlos Lupi nos próximos dias.

Ao falar sobre Ciro, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, por sua vez, apontou que respeita a candidatura de Ciro, no entanto, é necessário que se tenha o cuidado de “não repetir os mesmos erros de 2018”, dividindo o campo da esquerda.

“Ciro precisa compreender respeitamos se ele quiser manter candidatura”. Não podemos ficar relembrando o passado, e pensar daqui para frente”, disse.

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