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Em ano de pandemia, PGR reduz 82,1% dos gastos com passagens e diárias

O orçamento destinado a viagens, de janeiro a setembro de 2020, foi de R$ 2,6 milhões. Em 2019, o gasto total foi de R$ 14,9 milhões

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Cerimônia posse do ministro Luiz Fux na presidência do Supremo Tribunal Federal STF
1 de 1 Cerimônia posse do ministro Luiz Fux na presidência do Supremo Tribunal Federal STF - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O Ministério Público Federal (MPF) gastou, de janeiro a setembro de 2020, R$ 2,6 milhões com passagens e diárias. Esse número é muito inferior ao de 2019, quando o órgão desembolsou R$ 14,9 milhões com viagens, no mesmo período. Essa redução (82,1%) ocorre no ano em que o país enfrenta a pandemia de coronavírus, junto a uma crise na economia.

Dividindo o valor total pelos 274 dias do ano levados em consideração, o gasto diário ficou em R$ 9,7 mil. Essa quantia, em relação a 2019, é bem mais baixa. O orçamento diário usado pelo órgão em viagens, no mesmo período do ano passado, quando o comando da Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda era de Raquel Dodge, foi de R$ 54,6 mil.

Em 2018, também sob a chefia de Dodge, o MPF gastou R$ 18,2 milhões com passagens e diárias, entre janeiro e setembro daquele ano. Por dia, a despesa chegou a R$ 66,5 mil. Esse número significa, em dinheiro, R$ 3,3 milhões a mais do que o valor gasto no último ano em que ela esteve à frente da PGR.

Nos anos anteriores citados, o país não enfrentava a crise causada pela pandemia de Covid-19. A preocupação com a disseminação do vírus entre a população levou as autoridades a adotarem medidas para impedir a proliferação da doença. Com isso, o trabalho remoto passou a ser usado pelos órgãos federais e, posteriormente, imposto aos cidadãos pelos governos estaduais.

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Viagens

Em um relatório robusto, a PGR detalha os valores usados para custear viagens de procuradores de todo o país e também o objetivo do trajeto. Audiências, deslocamentos referentes a operações e reuniões em outros estados estão na lista. O documento também mostra os meios de transporte usados pelos servidores nas viagens. E tem de tudo: avião, ônibus, veículo oficial e até carro próprio.

Os dados comparados fazem parte de um levantamento realizado pelo Metrópoles, com base em informações divulgadas pelo Portal da Transparência do Ministério Público Federal. Os gastos correspondem ao período do mandato do ex-presidente Michel Temer (MDB) e do atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PSL).

Outro lado

O Metrópoles questionou a assessoria do MPF sobre o motivo da redução de despesas com diárias e passagens, de forma gradativa, nos últimos dois anos. De acordo com a área de comunicação do órgão, algumas medidas foram adotadas desde 2018, principalmente em 2020, por causa da pandemia de coronavírus, para cortar gastos com viagens.

Segundo a assessoria, “a redução tem relação direta com a pandemia, assim como ocorreu em todas as esferas da administração pública”. O órgão informou que as reuniões entre servidores, de todos os estados, que antes eram realizadas presencialmente, passaram a ser realizadas por videoconferência – o que acarretou em um corte de gastos.

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