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João Doria, mais isolado, não vai à sede do PSDB e reunião é adiada

A forte rejeição do ex-governador de SP preocupa e incomoda candidatos que pleiteiam governos estaduais

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
João Doria, governador de São Paulo. Ele veste camiseta escura e está de mascara - Metrópoles
1 de 1 João Doria, governador de São Paulo. Ele veste camiseta escura e está de mascara - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, João Doria (SP), nunca esteve tão isolado dentro do próprio partido. A avaliação decorre do balanço que tucanos fizeram da reunião de terça-feira (17/5), na sede nacional da legenda em Brasília, para definir os rumos da candidatura do ex-governador de São Paulo.

É justamente em razão da falta de respaldo interno que os poucos aliados de Doria o orientaram a não comparecer ao encontro que estava previsto para ocorrer na tarde desta quarta (18/5). Assim, a reunião foi adiada.

O Metrópoles apurou com membros do partido que o “momento não é oportuno” para que Doria discuta se ficará como nome do partido ao Palácio do Planalto. Em reservado, correligionários defendem que a reunião deverá ocorrer na próxima semana, a fim de “acalmar os ânimos” ainda exaltados da última agenda.

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Doria perdeu o apoio até de tucanos que o auxiliaram contra Eduardo Leite no ano passado, mas que hoje encontram dificuldades de tê-lo no palanque nos estados e alegam que não querem compartilhar de uma rejeição recorde em suas campanhas locais.

Pelo menos três candidatos a governo em seus estados manifestaram essa dificuldade na reunião da cúpula do PSDB: Raquel Lyra, pré-candidata ao governo de Pernambuco; Cassio Cunha Lima, que pretende disputar o Executivo no estado da Paraíba; e Eduardo Riedel, que pretende se lançar à disputa no Mato Grosso do Sul.

O deputado federal Aécio Neves (MG) chegou a defender que Doria estivesse presente para ouvir, direto de apoiadores de sua candidatura nas prévias, que, hoje, o cenário se mostra desfavorável ao tucano.

“A candidatura de João Doria traz prejuízo ao partido em vários estados. Doria precisa ouvir a realidade que está ocorrendo em cada estado. Defendo que ele seja ouvido para que também possa construir a saída para este impasse”, disse após a reunião.

No mesmo encontro, saíram na defesa de Doria Cesar Gontijo, tesoureiro do partido; Thelma de Oliveira, representante PSDB Mulher; Gabriela Cruz, que preside o núcleo do partido voltado para políticas contra discriminação racial (Tucanafro); e Edgar de Souza, que coordena o grupo responsável por políticas por direitos LGBTs, o PSDB Diversidade.

Além deles, o coordenador da campanha, Marco Vinholi; o ex-governador da Bahia Antônio Imbassahy; e Giuseppe Vecci também defenderam o ex-governador.

Doria será ouvido

Atualmente, a única certeza dentro da sigla é que o ex-governador de São Paulo precisa ser ouvido antes que o PSDB defina sobre uma eventual chapa única com MDB e Cidadania.

“Eu acho que não há nenhum sentido se ter qualquer definição sem que haja participação direta do governador João Doria. Eu tenho confiança que a política vai ajudar a construir um entendimento para que se busque um resultado junto com esses partidos”, disse o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, na saída da reunião desta terça.

Com a indefinição tucana, perdeu importância a reunião que também deve acontecer nesta quarta entre representantes de PSDB, MDB e Cidadania. No encontro, os líderes partidários vão ter acesso aos resultados de uma pesquisa encomendada ao Instituto Guimarães Pesquisa e Planejamento, com dados quantitativos (de intenção de votos) e qualitativos (de percepção sobre os nomes apresentados).

A ideia era que essa pesquisa servisse como guia para a escolha do nome com mais “viabilidade” eleitoral. Doria rejeita veementemente essa hipótese e ameaça até ir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se for limado em favor de outro nome.

“Vamos assistir amanhã, em nome do PSDB, à apresentação dessa pesquisa, que não será publicada, pois não está registrada [no TSE], mas servirá para compreensão interna. Mas a gente espera que, antes disso, tenha a oportunidade de ainda de algo tão importante quanto é o diálogo com o governador João Doria. Então não sai o nome da terceira via”, disse Bruno Araújo.

Ainda segundo o presidente tucano, cada partido vai debater internamente os resultados e novas rodadas de conversa deverão ser marcadas.

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