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“Vaquinhas eleitorais” arrecadam R$ 9 milhões para candidatos

O postulante à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSol) é o recordista de arrecadação por essa modalidade

atualizado

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Michael Melo / Metrópoles
Guilherme Boulos anuncia pré-candidatura
1 de 1 Guilherme Boulos anuncia pré-candidatura - Foto: Michael Melo / Metrópoles

O financiamento coletivo, também conhecido como “vaquinha virtual”, garantiu R$ 9.423.206,56 até as 12h de sexta-feira (13/11) a candidatos nas eleições de 2020. Por enquanto, 2.639 candidatos declararam à Justiça Eleitoral ter recebido recursos dessa forma. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ainda podem ser atualizados. O primeiro turno das eleições ocorre neste domingo (15/11).

As regras para o financiamento coletivo foram definidas pelo TSE em 2018 e, portanto, essa é a primeira eleição municipal com essa modalidade liberada pela Justiça Eleitoral. A resolução do tribunal estabeleceu o limite de R$ 1.064,10 por doador. No entanto, doações acima desse valor podem ser feitas diretamente “mediante transferência eletrônica ou cheque cruzado e nominal”. A doação de empresas para campanhas eleitorais foi proibida em 2015.

O líder em arrecadação neste formato é o candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSol), com R$ 828.297,00, seguido pelo também postulante à Prefeitura da capital paulista Arthur do Val (Patriota), o Mamãe Falei, com R$ 470.639,12.

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A campanha de Boulos disse que essa estratégia foi usada por avaliarem que era fundamental catalisar a militância que o candidato e o partido possuem nas redes sociais. Sem meta fixa, a ideia da campanha era complementar os recursos recebidos por outras frentes.

Candidato à reeleição em Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (Patriota) foi o postulante a uma vaga de vereador que mais arrecadou recursos por “vaquinha eleitoral”, sendo o terceiro maior quando englobam os candidatos a prefeito. Ele recebeu R$ 86.960,00.

Contrário ao uso do fundo eleitoral, Azevedo explica que a ideia era apostar na criatividade, sem esquecer o momento de pandemia. Ele conta que a maior parte da arrecadação envolveu competição com comida, caminhada com transmissão ao vivo e aula sobre democracia. “Todos [estes eventos] serviram para reunir recursos”, disse.

“O brasileiro precisa aprender que deve apoiar seus candidatos com orgulho. Isso envolve ajudar nos custos de campanha”, afirma Azevedo.

O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho “02” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e candidato à reeleição, arrecadou R$ 52.719,21. Também candidato à reeleição como vereador, mas em São Paulo, Fernando Holiday (Patriota) coletou R$ 45.863,00.

Partidos

O PSol é o partido recordista de arrecadação por financiamento coletivo nessa eleição. Ao todo, 328 candidatos do partido arrecadaram R$ 2.348.250,18 nesta modalidade, sendo Boulos o responsável por 35% deste valor.

Na sequência, Novo e PT são os partidos que mais arrecadaram recursos por essa modalidade: 386 candidatos do Novo arrecadaram R$ 1.459.529,61, enquanto 348 postulantes do PT somaram R$ 1.142.410,03. A soma dos montantes arrecadados por estes dois partidos é pouco maior que o valor obtido pelo PSol.

No total, 67 candidatos do Patriota – partido do segundo e terceiro maiores arrecadadores de campanha, Mamãe Falei e Azevedo, respectivamente – conseguiram R$ 726.180,64. E 145 postulantes do PDT coletaram R$ 398.041,12.

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