Presidente do CNE diz que novo ensino médio não é para “perturbar”
Luiz Roberto Liza Curi defendeu que a medida não serve para “perturbar”, mas para, segundo ele, “ampliar o aprendizado”
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Luiz Roberto Liza Curi, disse nesta quarta-feira (24/5), que o novo ensino médio não é para “perturbar”, mas para, segundo ele, “ampliar o aprendizado”. Por isso, segundo o professor, o termo deveria ser trocado de reforma para “nova política do Ensino Médio”.
“Não está sendo feito para perturbar, mas para ampliar o aprendizado, além de estruturar a educação profissional e tecnológica”, iniciou Curi.
A fala foi feita durante o XV Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (CBESP), que acontece em Alexânia, Goiás.
Para ele, o período de consulta é importante e proporciona tempo ábil, até agosto, para uma melhor análise sobre o tema. “Consulta importa para nós, mas acho que, depois da consulta, vai haver ordenamento natural entre Enem e o que se espera da reforma implantada. É natural e não pode ser de outra forma”, pontuou.
“Trabalhamos com a perspectiva de reordenamento e reestruturação dentro da reforma. A reforma estrutura o ensino médio. Aliás, não vamos chamar de reforma, mas de nova política do Ensino Médio. Ela estrutura o ensino médio na perspectiva de inserção e isso tem que ser melhor deliano e detalhado. É orientação do ministro [da Educação, Camilo Santana]”, prosseguiu.
A “nova política do Ensino Médio”, enfim, seria para possibilitar a redução de déficits nas escolas e aprofundamento do aprendizado.
“Temos também que avaliar os itinerários de formação básica no sentido de fortalecer o aprendizado e conceber espaço de aprendizado que realmente atenda o objetivo da nova política, que é o aprofundamento do aprendizado e que saiam da escola sem déficts”, ponderou o presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE).
Consulta pública
O Ministério da Educação (MEC) começou a realizar, em abril, as primeira atividades relacionadas à consulta pública sobre o novo ensino médio. Por meio do canal do YouTube da pasta, um webinário reuniu especialistas para discutir o tema.
A consulta pública dura até 6 de junho, com possibilidade de prorrogação, e envolverá processos como audiências nos estados, realização de pesquisas e um circuito com especialistas em educação. A discussão do novo ensino médio será feita de forma descentralizada, com audiências em todas as regiões do país. É possível enviar contribuições sobre o tema pela plataforma Participa + Brasil.
A implementação da reforma do ensino médio foi suspensa no início de abril. Por meio de portaria, o MEC sustou também a adaptação ao novo currículo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para 2024.