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Inep: com 26% de verba bloqueada, servidores temem risco ao Enem

Mais cedo, o presidente do instituto, Alexandre Lopes, disse que o cronograma do exame está mantido

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Enem-2016
1 de 1 Enem-2016 - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Após os cortes orçamentários impostos pelo Ministério da Educação (MEC), a verba do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem ) teve um bloqueio de 26% da renda discricionária da autarquia. Do total de R$ 1,5 bilhão, estão contingenciados R$ 394,6 milhões, segundos dados fornecidos pelo instituto. A informação é do jornal O Globo.

De acordo com a reportagem, servidores temem que o corte de verbas inviabilize a realização do Enem deste ano. Para eles, se não for descontingenciado, o recurso atualmente livre não será suficiente para bancar o exame e a avaliação da educação básica.

O Inep é considerado a autarquia mais importante do MEC por ser responsável pelas avaliações, como o Enem, além de levantar todos os dados da educação brasileira.

Troca de comando
O novo presidente da autarquia, Alexandre Lopes, que ainda não tomou posse, afirmou nesta sexta-feira (17/05/2019) que o cronograma do Enem está mantido. As declarações foram veiculadas pela assessoria do MEC. Segundo Lopes, os mais de 5 milhões de estudantes inscritos “podem ficar tranquilos”.

“Tanto Inep quanto o MEC vão trabalhar juntos para que tudo ocorra com tranquilidade”, garantiu Lopes. O novo presidente do Inep foi indicado para o cargo após o delegado da Polícia Federal Elmer Vicenzi pedir demissão nessa quinta-feira (16/05/2019).

Além de haver uma troca no principal carga do Inep, a realização do Enem deste ano teve uma outra ameaça. Isso porque a gráfica RR Donnelley, responsável pela impressão da prova, declarou falência. Às pressas, o ministério confirmou o nome de outra empresa, a Valid S.A, para garantir a realização do exame.

As inscrições para o Enem se encerram nesta sexta-feira, às 23h59.

“Puxou o tapete”
O Inep enfrenta sucessivas crises no quadro. A mais recente delas foi a demisão de Marcus Vinícius Rodrigues. Segundo o então ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez, a exoneração ocorreu porque ele “puxou o tapete”.

Rodrigues foi dispensado após suspender, até 2021, a avaliação da alfabetização de crianças. A portaria foi revogada. “O diretor-presidente do Inep puxou o tapete. Ele mudou de forma abrupta o entendimento que já tinha sido feito para a preservação da Base Nacional Curricular fazer as avaliações de comum acordo com as secretarias de Educação”, explicou, à época.

Alexandre será o quarto presidente da autarquia em pouco mais de quatro meses da gestão de Bolsonaro. Os primeiros a ocuparem o cargo foram Maria Inês Fini, que ficou catorze dias no posto, e Marcus Vinícius Rodrigues, que dirigia o órgão desde 22 de janeiro. Vicenzi o sucedeu. Em duas oportunidades, a presidência do Inep ficou vaga.

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