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Dez imigrantes são resgatados de oficinas têxteis em São Paulo

Bolivianos trabalhavam cerca de 15h por dia entre baratas e outros insetos e em contato com instalações elétricas

atualizado

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1 de 1 costureira - Foto: iStock

Dez imigrantes de nacionalidade boliviana foram resgatados de três oficinas de costura, localizadas em São Paulo e Osasco, município da região metropolitana da capital paulista, trabalhando em situação análoga à escravidão.

A operação envolveu dez auditores fiscais do trabalho das Superintendências Regionais do Trabalho de São Paulo e do Rio de Janeiro e contou com a participação de auditores da Receita Federal em São Paulo no monitoramento das oficinas têxteis que produzem para as grifes Animale e A. Brand, marcas do grupo Soma.

Foram constatadas jornadas exaustivas, das 7h às 21h, por vezes até as 22h, com intervalo de apenas uma hora. Também verificaram condições degradantes: os imigrantes trabalhavam entre baratas e outros insetos e em contato com instalações elétricas que apresentam risco de incêndio, além de receberem remunerações muito abaixo do mercado (ganhavam cerca de R$ 5 por peça costurada). Segundo o coordenador da operação e integrante do Programa de Erradicação do Trabalho Escravo da SRT-SP, auditor fiscal Luís Alexandre Faria, todos esses elementos juntos configuram trabalho em condições análogas à escravidão, crime contra o trabalhador.

Faria informa que eles receberam R$ 102 mil em indenizações trabalhistas, foram encaminhados ao Centro de Referência de Atendimento para Imigrantes da capital paulista e estão recebendo seguro-desemprego. “Eles também receberão orientação e encaminhamento para a inserção em postos de trabalhos regulares”, disse.

 Dos dez trabalhadores bolivianos resgatados, três deles não possuíam documentação migratória regular no Brasil. “Encaminhamos a situação ao Ministério da Justiça. A regularização migratória desses trabalhadores foi efetuada, pois manifestaram o desejo de continuar no país. Eles foram vítimas de uma rede de exploração de mão de obra. Alguns, inclusive, pagaram a “coiotes” para ingressar no território brasileiro, em busca de melhores condições de vida e fugindo de situações de pobreza extrema no interior da Bolívia e nos arredores de La Paz”, explica o auditor fiscal.

O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, manifesta repúdio ao ocorrido e reitera a necessidade de toda a sociedade se envolver no combate ao trabalho escravo no país. “Essa chaga precisa ser eliminada. Não podemos conviver com esses acontecimentos que ferem a dignidade da pessoa, prejudica o livre comércio e o desenvolvimento da nação. A fiscalização do Ministério do Trabalho é contínua e permanente e assim continuará até que não tenhamos mais nenhum caso como este no Brasil”, afirma o ministro.

(Com informações do Ministério do Trabalho)

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