metropoles.com

Delegado da PF chama Salles de bandido. “Fala pra ele me processar”

O delegado Alexandre Saraiva, afastado da chefia da superintendência da PF no Amazonas após denunciar o então ministro, voltou a atacá-lo

atualizado

Compartilhar notícia

Rafaela Felicciano/Metrópoles
Ricardo Salles _ ministro do meio ambiente fala apos cupula do clima
1 de 1 Ricardo Salles _ ministro do meio ambiente fala apos cupula do clima - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Continua bem aberta a ferida da briga entre o delegado Alexandre Saraiva, da Polícia Federal, e o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. Removido do cargo de superintendente da PF no Amazonas no ano passado, após denunciar o então ministro por tentativa de embaraçar uma grande apreensão de madeira ilegal na Amazônia, Saraiva chamou Salles de “bandido” em discussão nas redes sociais neste feriadão e ainda o desafiou a processá-lo.

“Tem uma coisa chamada ‘exceção da verdade’ que usarei em minha defesa”, escreveu Saraiva no Twitter, neste sábado (16/4).

Esse instrumento, segundo glossário jurídico do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), é um “meio de defesa que se faculta ao acusado por crime de calúnia ou de difamação de funcionário público, no exercício das funções, para provar o fato atribuído por ele à pessoa que se julga ofendida e o processou por isso”.

Saraiva chamou Salles de bandido ao discutir com outro internauta nessa sexta (15/4) e, neste sábado, resolveu reafirmar sua acusação. Veja a postagem:

Salles, que tenta viabilizar uma candidatura ao Senado por São Paulo, não havia reagido à provocação de Saraiva até a publicação desta reportagem.

Histórico da briga

Em abril do ano passado, Saraiva acusou o então ministro do Meio Ambiente de montar “fraude” para tentar iludir os policiais, se utilizando de uma “pseudoperícia” na madeira que havia sido apreendida em operação da PF.

Segundo o delegado, de 40 mil toras apreendidas na Operação Akuanduba, o ministro olhou duas, disse que conferiu a apreensão e afirmou que estava tudo certo e que os proprietários apresentaram escrituras.

Ao falar em uma audiência pública na Câmara, na época, Saraiva afirmou que o ministro participou diretamente de uma reunião da qual saiu um conjunto de documentos apresentados à polícia com o objetivo de demonstrar a legalidade da madeira apreendida.

“Quando eu vi aquele conjunto de documentos que saíram de uma reunião organizada, ou pelo menos, com a participação direta do ministro, aquilo se mostrou uma fraude imensa, na qual se buscava iludir a autoridade policial. Entendi que o correto seria encaminhar a notícia-crime ao STF apontando aquele fato”, disse Saraiva.

Mordaça

Em março deste ano, em entrevista à coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles, Saraiva disse ser vítima de uma “mordaça” na corporação. O delegado é alvo de um processo disciplinar na PF por ter dado entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em junho do ano passado.

“Tudo o que os criminosos mais poderosos desejam é uma polícia amordaçada. A sociedade precisa nos ouvir e nós precisamos falar. Sempre com profissionalismo e respeito ao sigilo necessário ao trabalho policial. Trata-se de verdadeira mordaça para os policiais, que contraria decisão do STF”, afirmou o delegado.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?