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Confusão e bate-boca: sessão de CPI é cancelada após divergência por sigilo de Zambelli

Briga entre parlamentares teria sido motivada pela apresentação de um requerimento que pede a quebra de sigilo bancário de Carla Zambelli

atualizado

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Deputado Marco Feliciano durante CPMI atos 8 de janeiro - Metrópoles
1 de 1 Deputado Marco Feliciano durante CPMI atos 8 de janeiro - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1 no Congresso Nacional prevista para esta terça-feira (22/8) foi cancelada após um bate-boca entre a relatora do colegiado, Eliziane Gama (PSD-MA), e o deputado Marco Feliciano (PL-SP).

A briga teria sido motivada pela apresentação de um requerimento que pede quebra de sigilos de Carla Zambelli (PL-SP), investigada pela Polícia Federal. Feliciano, que é do mesmo partido da parlamentar, teria acusado a relatora de ser “injusta”, ao pedir informações sobre Zambelli.

A acusação não foi bem recebida por Eliziane, que questionou a fala de Feliciano. Os parlamentares, então, iniciaram uma “discussão acalorada”, conforme relataram interlocutores ao Metrópoles.

Após a briga, o presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), cancelou a sessão deliberativa. Em conversa com a imprensa, o parlamentar afirmou que “há um clima muito acirrado” entre os membros da CPMI, devido às divergências sobre a inclusão de itens em pauta.

“Acreditei sempre em fazer acordos como foram feitos outras vezes. Só que hoje não foi possível. Não tendo acordo, não há como se votar nada. Das vezes em que houve acordo, foi muito bom para a CPMI, mais do que para o lado A ou B. A CPMI não pode ficar olhando a narrativa de um lado ou de outro. É preciso que o presidente da CPMI trabalhe o tempo inteiro para que o debate e a investigação não sejam voltados para um lado ou outro”, pontuou.

Procurado pelo Metrópoles, o deputado Marco Feliciano afirmou que questionou um requerimento apresentado por Eliziane. “Pedi para a senadora ser justa. Ela ficou de pé, levantou a voz e apontou o dedo para mim”, afirmou o deputado.

“Questionei se fosse um homem fazendo aquilo. Aí ela se alterou ainda mais e partiu para covardia em atacar minha religião, que por acaso é a mesma dela; então, eu disse a ela que o pastor fica no púlpito da igreja e que ali ela estava falando com um parlamentar com mandato como o dela”, completou o parlamentar.

Ainda não há previsão de quando os parlamentares se reunirão para votar requerimentos. Na quinta-feira (24/8), o colegiado deve ouvir o militar Luís Marcos dos Reis, acusado de trocar mensagens de teor golpista com o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Adiamento

Inicialmente, a sessão desta terça estava prevista para as 9h. O encontro, no entanto, foi adiado para as 11h, para que fosse realizada uma reunião entre a relatora, Eliziane Gama (PSD-MA), parlamentares que compõem o colegiado e o presidente Arthur Maia (União-BA) — que participou da conversa por ligação telefônica.

Minutos antes da abertura da sessão, porém, o presidente do colegiado pediu novo adiamento. O encontro chegou a ser remarcado para as 14h, mas foi cancelado minutos antes do início. Eliziane tenta firmar um acordo com Arthur Maia para aprovar a quebra de sigilo bancário e relatórios de inteligência financeira (RIFs) de Bolsonaro e nomes ligados ao ex-presidente, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

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Zambelli na Câmara dos Deputados
Durante a coletiva, a parlamentar tentou proteger o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de acusações sobre envolvimento nos supostos crimes
Zambelli: "Não existe nenhuma, absolutamente nenhuma prova nem nada que tenha sido feito a pedido do presidente"
Após a Polícia Federal cumprir mandado de busca e apreensão contra a deputada federal Carla Zambelli. A deputada faz declaração à imprensa no salão verde da Câmara dos Deputados
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Zambelli chega para coletiva na Câmara dos Deputados

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Zambelli: "Não existe nenhuma, absolutamente nenhuma prova nem nada que tenha sido feito a pedido do presidente"

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A relatora acredita que dados desses personagens, citados em investigações da Polícia Federal (PF) e por depoentes que falaram à CPMI, podem auxiliar na resposta de questionamentos feitos pela CPMI — como o ponto sobre a verba de financiamento dos atos de 8 de janeiro. Arthur Maia, no entanto, ainda não aceitou a inclusão dos itens na pauta.

A relatora também tem insistido em pleitear a quebra dos sigilos de Carla Zambelli, principalmente após o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto ao colegiado, na última quinta-feira (18/8).

Eliziane Gama afirmou, nesta terça-feira (22/8), que os áudios e vídeos que mostram a atuação do hacker Walter Delgatti Neto, publicados pelo Metrópoles, “substanciam” o pedido de quebras de sigilo de novos personagens no colegiado – entre eles, Carla Zambelli.

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