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Zelotes: pagamento de R$ 8 milhões a nome ligado ao PSDB sob suspeita

Segundo o MPF, esquema liderado por Roberto Giannetti da Fonseca livraria empresa de dívida de R$ 650 milhões com cofres públicos

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Coletiva da operação zelotes
1 de 1 Coletiva da operação zelotes - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O empresário e economista Roberto Giannetti da Fonseca, nome ligado ao tucano Geraldo Alckmin (SP), é o principal alvo da 10ª fase da Operação Zelotes, deflagrada nesta quinta-feira (26/7). Segundo o procurador da República Frederico Paiva (foto em destaque), ele teria recebido R$ 8 milhões para conseguir livrar uma empresa da dívida de R$ 650 milhões em julgamento no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Para isso, teria pago R$ 280 mil em propina para integrantes do colegiado.

“O caso está bem encaminhado, temos provas robustas dos indícios de corrupção. O Conselho deu razão à Paranapanema [empresa beneficiada], tudo leva a crer que esse julgamento foi comprado”, afirmou o procurador.

Paiva explicou que a propina foi identificada por meio da quebra de sigilo de conversas dos conselheiros do Carf com os empresários envolvidos no esquema criminoso, assim como viagens realizadas de maneira misteriosa – sempre fora da agenda oficial.

Deflagrada em 2015, a Zelotes revelou um dos maiores esquemas de sonegação fiscal do país. Somente nesta quinta (26), foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e na Paraíba.

As investigações foram realizadas por uma força-tarefa do MPF, PF, Receita Federal e Ministério da Fazenda. De acordo com o procurador, o modus operandi dos envolvidos era de alto nível de complexidade, com objetivo de dificultar o trabalho investigativo.

“Nas quebras de sigilo, vimos códigos, linguagens. Os pagamentos, em sua maioria, eram feitos em dinheiro vivo, o que dificulta a localização. No entanto, fizemos um trabalho profundo e temos provas robustas”, declarou Paiva.

As investigações realizadas nos três anos da Zelotes demonstraram o funcionamento de uma organização criminosa com ramificações no Carf para beneficiar empresas de importação e exportação, com a sonegação de impostos.

O nome de Roberto Giannetti entrou no radar da Receita Federal após quebras de sigilo de e-mails e telefones autorizadas pela Justiça Federal. Ele tem experiência na área de comércio internacional e é presidente da Kaduna.

Segundo o MPF, as pessoas jurídicas contratadas e os demais envolvidos tinham o benefício do contato direto com consultores do Carf. Paiva disse que foram rastreados pagamentos feitos pela consultoria a um escritório de advocacia e, posteriormente, deste a dois conselheiros. Os nomes, entretanto, não foram divulgados.

A Kaduna foi contratada pela Paranapanema, empresa do setor de refino de cobre e produção de fios, barras e outros itens a partir do metal, para ajudar em um processo no Carf sobre impostos cobrados na importação de insumos utilizados para produtos a serem exportados.

O empresário foi um dos cotados para coordenar o programa de governo de Alckmin, mas sua entrada na equipe de campanha não se concretizou. Ele também foi secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Giannetti e sua empresa, a Kaduna Consultoria, disseram por meio de nota que são “totalmente infundadas as suspeitas levantadas” contra eles na 10ª etapa da Operação Zelotes.

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