“Chorei muito”, diz militar que alega inocência em acusação de roubo
Sargento do Exército, Danilo de Oliveira Silva, de 32 anos, descobriu, em maio, que responde por assalto ocorrido em condomínio em 2009
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – “Já chorei muito”, revela o sargento do Exército Danilo de Oliveira Silva, de 32 anos, que descobriu em maio ser acusado de assalto a carro EcoSport e a moradores de um condomínio na Barra da Tijuca, zona oeste, ocorrido em 2009.
A Polícia Civil chegou a ele após uma investigação que apreendeu um celular no local do crime e identificou um suposto envolvido no assalto que prestou depoimento como testemunha. Ele citou um suspeito com o mesmo nome, mas que seria enteado de um criminoso da comunidade da Rocinha, zona sul.
Das nove pessoas ouvidas no inquérito, quatro não relataram detalhes físicos dos bandidos e cinco falaram que eles eram brancos ou pardos. Silva é negro, mas foi reconhecido por duas testemunhas por foto de uma carteira de identidade tirada em 2007.
“Meus pais são casados há 29 anos. As vítimas disseram que os criminosos eram brancos ou pardos. No ano seguinte, duas vítimas por foto do documento me reconheceram. Mesmo com várias falhas encontradas na identificação, o Ministério Público mandou prosseguir”, desabafou o militar.
A esposa de Silva, Débora Pacífico, desabafou nas redes sociais. “Mesmo sabendo que ele é inocente, essa injustiça de certa forma implica alguns traumas em nossa vida. Temos uma bebê de nove meses e infelizmente não temos emocional suficiente para lidar com as demandas que ela necessita”, afirmou.
A Polícia Civil alegou, em nota, que o inquérito foi relatado pelo delegado à época e encaminhado ao Ministério Público. “O reconhecimento fotográfico ocorreu na gestão passada. Para aperfeiçoar esses procedimentos, a atual gestão da Polícia Civil recomendou que os delegados não usem apenas o reconhecimento fotográfico como única prova em inquéritos policiais para pedir a prisão de suspeitos”, diz um dos trechos.
Em nota, o Ministério Público limitou-se a informar que o processo encontra-se na 29ª Vara Criminal, onde se realizam diligências para a citação dos acusados e que é público. O crime do qual Silva é acusado ocorreu na madrugada de 9 de outubro de 2009, quando três homens invadiram um condomínio.