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Cadê meu avião? Voos cancelados em 2023 superam marca anterior à Covid

Levantamento do Metrópoles mostra que o número de cancelamentos deste ano é quase 3 vezes maior do que antes da pandemia

atualizado

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Reprodução/Tiago Ghizoni
Vôos cancelados e passageiros se acumulam no aeroporto FLN
1 de 1 Vôos cancelados e passageiros se acumulam no aeroporto FLN - Foto: Reprodução/Tiago Ghizoni

Neste ano, já são cerca de 32,2 mil voos domésticos e internacionais cancelados no Brasil. A informação faz parte de levantamento do Metrópoles, com base em dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de janeiro a julho de 2023.

O número é quase o triplo do registrado no mesmo período de 2019, o último ano antes da pandemia de Covid-19. Na época, apesar do volume de voos ser semelhante (557 mil em 2019 e 538 mil em 2023), 11,7 mil viagens foram canceladas até julho de 2019, quase três vezes menos do que os casos registrados neste ano.

É bem verdade que as medidas de isolamento social adotadas durante a pandemia impactaram diretamente nas empresas aéreas. No Brasil, os voos registrados pela Anac diminuíram drasticamente poc onta das medidas de isolamento prvocadas pelo novo coronavírus: foram 557 mil voos realizados nos primeiros sete meses do ano em 2019 e 274 mil no ano seguinte. Ou seja: uma redução de 50,8%. 

O volume de voos só retornou ao patamar pré-pandemia em 2023. No entanto, a taxa de cancelamentos não acompanhou a recuperação da demanda aérea e o número de aeronaves no ar.

Confira os dados abaixo:

Ao Metrópoles, a Anac afirmou que os dados analisados comportam atividades de empresas de diferentes tamanhos. Segundo a Agência, mais de 99% dos passageiros transportados entre janeiro e julho de 2023 compraram bilhetes pela Azul, Gol e Latam Brasil, que juntas tiveram uma taxa média de cancelamento de 2,53%, contra 1,63% no mesmo período de 2019.

“Incluindo os demais operadores, que respondem por menos de 1% do total de passageiros transportados, o percentual de voos cancelados de 2023 resulta em 3,38%, em comparação com 1,85% em 2019. Destacamos que muitas dessas operações são realizadas com aeronaves de pequeno porte, podendo gerar cálculos enviesados caso não sejam consideradas separadamente”, afirma.

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A agência ainda comenta que, em situações de cancelamento, os operadores aéreos devem observar as obrigações previstas na Resolução nº 400/2016, com o objetivo de garantir a assistência aos passageiros. “Além disso, nos aeroportos coordenados, os operadores aéreos estão sujeitos a um rigoroso acompanhamento de seu índice de regularidade da série de slots [horários de chegadas e partidas] pela Anac”, observa.

Voos nacionais

O levantamento feito pelo Metrópoles considera dados relativos a voos realizados entre aeroportos do Brasil. De janeiro a julho de 2023, o quantitativo de voos doméstios realizados ultrapassou a marca de 450 mil, enquanto 15,6 mil foram cancelados. A quantidade, porém, representa apenas 3,32% do total de voos programados.

No que se refere a viagens domésticas, a rota entre Rio de Janeiro e São Paulo é a que registra maior número de cancelamentos. No período analisado, 691 voos não foram realizados, apesar de terem sido planejados.

Na sequência, figura a mesma rota no sentido contrário, ou seja, voos que partem do Aeroporto de Congonhas para o Santos Dumont, com 667 cancelamentos no período. O trecho entre o Aeroporto de Jacarepaguá – Roberto Marinho e o de Congonhas é o terceiro na lista, com 251 cancelamentos. 

Fecham a lista das cinco rotas com maior número de cancelamentos em voos nacionais o trecho entre Congonhas e Aeroporto de Jacarepaguá, com 243 cancelamentos, e a tota entre o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), e Congonhas, com 207.

Transtornos

Um levantamento da AirHelp, empresa que presta serviços jurídicos para passageiros que tiveram voos cancelados, aponta que mais 2 milhões de pessoas foram afetadas por atrasos e cancelamentos em aeroportos no Brasil até agosto. O número representa 1 em cada 30 passageiros. Segundo a pesquisa, o volume de atrasos de voos é 25,8% superior ao do mesmo período em 2019.

A estudante Ana Luiza Gomes de Moraes, 22 anos, está  entre os 2 milhões de viajantes que enfrentaram transtornos em voos de companhias aéreas no Brasil.

A família de Ana Luiza viajou de Brasília ao Rio de Janeiro no dia 14 de setembro, uma quinta-feira. Na ida, a jovem, que estava acompanhada da mãe, dois irmãos e padrasto, teve que esperar cerca de uma hora de atraso para embarcar no voo que estava agendado para decolar do aeroporto de Brasília às 6h.

Após quatro dias no Rio, a família já estava com passagens compradas para todos embarcarem às 20h no aeroporto Santos Dumont em voo de volta a Brasília no domingo, dia 17.

Para a supresa deles, um dia antes do voo de volta, todos receberam um e-mail informando que a viagem aérea tinha sido cancelada pela empresa Gol, provedora do serviço. 

“No sábado a gente recebeu um e-mail avisando que o voo tinha sido cancelado um dia antes e que na verdade a gente ia sair às 18h, mais ou menos, o embarque ia ser às 17h15 e ia ter uma conexão em Congonhas ainda”, conta a estudante.

Apesar de contrariada, a família se preparou e chegou ao aeroporto no horário remarcado pela empresa. Após fazerem o check-in de todos, mais uma reviravolta: a Gol informa que o voo foi descongelado e eles só poderiam voltar para Brasília às 20h.

“O voo ainda atrasou de novo. Chegamos umas 17h no aeroporto e só fomos embarcar próximos das 21h, com o meu irmão, uma criança de 3 anos, correndo pra lá e pra cá no aeroporto”, segue Ana Luiza, que ainda adianta que a família deverá entrar com um processo contra a empresa aérea.

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