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Bruno e Dom: suspeito de ordenar mortes é solto após pagar fiança

Rubens Villar Coelho, suspeito de ser o mandante dos homicídios de Bruno Pereira e Dom Phillips, foi solto após pagar fiança de R$ 15 mil

atualizado

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Colômbia - Rubens Villar Coelho - dom e phillip - prisão
1 de 1 Colômbia - Rubens Villar Coelho - dom e phillip - prisão - Foto: Divulgação

O suspeito de ser mandante da morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips foi solto na sexta-feira (21/10) após pagar fiança no valor R$ 15 mil. Rubens Villar Coelho, também conhecido como Colômbia, teve pedido de liberdade concedido pela Justiça Federal no dia 6 deste mês.

Obrigado a usar tornozeleira eletrônica, Rubens seguiu para prisão domiciliar e está proibido de  deixar o país. Com objetivo de cumprir a determinação, a Polícia Federal confiscou o passaporte dele.

Pedido de liberdade

Natural do Peru, Rubens Villar Coelho é considerado um traficante internacional pela justiça brasileira. Ele é acusado de fornecer entorpecentes provenientes do Peru e da Colômbia a facções brasileiras. Em julho deste ano, ele foi preso por uso de documentos falsos e, um mês antes da prisão, já estava sendo investigado por envolvimento na morte de Dom e Bruno.

Apesar de negar seu envolvimento no crime, uma das linhas de investigação do caso aponta que Colômbia estaria incomodado com a atuação do indigenista na região da Amazônia. Bruno Pereira chegou a apreender barcos e peixes que pertenciam à quadrilha. O lucro da pesca ilegal de pirarucus e tracajás seria apenas um meio de lavar o dinheiro do narcotráfico.

 

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Em prisão domiciliar desde a última sexta, o Ministério Público Federal (MPF) chegou a recorrer da decisão, mas o juiz federal Fabiano Verli manteve, no dia 18 de outubro, a liberdade provisória de Colômbia. Na manhã de sexta, o suspeito foi encaminhado ao Centro de Operações e Controle (COC), onde fez a instalação da tornozeleira eletrônica.

Apesar da soltura, a defesa de Colômbia esperava que ele ficasse preso até a próxima segunda-feira (24/10) — dia em que passa por uma audiência de custódia. Com outras passagens pela Justiça, ele ainda responde a um processo que apura sua participação em organização criminosa armada e crimes ambientais.

Ato em Brasília que pedia justiça por Dom e Bruno

As vítimas

Bruno era considerado um dos indigenistas mais experientes da Fundação Nacional do Índio (Funai). Ele foi coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte por cinco anos. Em 2019, após combater mineração ilegal em terras indígenas, Bruno foi dispensado do cargo de chefia.

A exoneração do servidor ocorreu no momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um projeto para liberar garimpos nas reservas. O indigenista estava licenciado da Funai e fazia parte do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente (Opi).

Bruno era alvo constante de ameaças, devido ao trabalho desempenhado junto aos indígenas, contra invasores.

Jornalista preparava livro

Dom Phillips era jornalista colaborador do veículo britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador. Com apoio da Fundação Alicia Patterson, Phillips trabalhava em um livro sobre meio ambiente.

Além do Guardian, Phillips já havia publicado textos no Financial Times, no New York Times, no Washington Post e em agências internacionais de notícias.

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