Bolsonaro diz que governo “empatou em 1 a 1” com Congresso na MP dos ministérios

Em votação da última quarta-feira, o governo manteve 22 pastas, mas Sergio Moro perdeu o Coaf para Economia

atualizado 23/05/2019 15:42

Marcos Corrêa/Presidência da República

Ao fazer uma análise sobre o saldo das votações dessa quarta-feira (22/05/2019) no Congresso Nacional, Jair Bolsonaro disse que o governo saiu no “1 a 1” com o Congresso. A declaração foi imediatamente emendada pelo seu porta-voz, Otávio do Rêgo Barros: “Em campo adversário, é bom que se diga”.

Os dois referiam-se à aprovação do texto que garantiu a redução do número de ministérios de 29 para 22. Como a resolução foi feita por meio de medida provisória, a MP nº 870, o governo trabalhava contra o tempo, com a possibilidade de a iniciativa caducar na primeira semana de junho.

Sobre o fato de o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ter deixado o guarda-chuva de seu ministro da Justiça, Sergio Moro, e voltado ao escopo de responsabilidades do Ministério da Economia, Bolsonaro afirmou que não se trata de perda: “É tudo governo, está tudo em casa”.

“O pessoal fala em base, mas esta base não é fixa”, afirmou o presidente sobre o resultado da votação de quarta.

A respeito da difícil relação que vem mantendo com o Congresso Nacional e das críticas que recentemente disparou contra o mundo político, Bolsonaro contemporizou ao dizer que ele também é político: “O deputado ficou chateado porque falei da classe política, mas fui eleito, também faço parte da classe política. Não tem uma terceira via”.

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As declarações foram dadas durante café da manhã do presidente com jornalistas, realizado nesta  quinta-feira (23/05/2019). O Metrópoles estava entre os veículos convidados.

O presidente afirmou, ao falar sobre o decreto responsável por flexibilizar o porte de armas, que teve de recuar para não inviabilizar o projeto, que é uma de suas promessas de campanha.

“Arma de fogo é a forma de o cidadão dissuadir o inimigo. Os meus filhos começaram a atirar muito cedo. Não vejo nada de mau uma criança de oito, nove, 10 anos, começar a praticar tiro desde pequeno. É preciso ensinar a atirar e ensinar que arma de fogo é perigosa”, disse o mandatário da República.

Vitor Hugo x Rodrigo Maia
Na mesma ocasião, o chefe do Executivo nacional fez uma defesa do líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), que recentemente teve uma discussão com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O titular do Planalto disse que vai manter o parlamentar como seu representante entre os deputados. Para Jair Bolsonaro, houve um certo exagero na interpretação do grupo de Maia quanto a uma charge compartilhada pelo major em suas redes sociais. A sátira tecia críticas ao comportamento do Congresso.

“Esse tipo de manifestação é brincadeira, não tem que ser levado tão a sério”, contemporizou. Na última terça-feira (21/05/2019), Maia rompeu com Vitor Hugo após o goiano postar, nas suas redes sociais, uma charge que mostra um deputado carregando um saco de dinheiro na cabeça. “Era uma sátira”, interpretou.

Ao abordar o tema, o presidente contou que, recentemente, ele mesmo divulgou entre os seus contatos um meme que seria, em tese, embaraçoso para ele. Na montagem, relatou, aparecia uma imagem da primeira-dama – a quem o mandatário chamou de “lindíssima” –, Michelle Bolsonaro, ao lado do deputado Hélio Negão (PSL-RJ). Na sequência, uma pergunta: quem é a primeira-dama?

“Eu morri de rir. Liguei pro Negão e perguntei: ‘Cara, você saiu do armário e não me contou?'”, relatou o presidente, entre risos.

O capitão da reserva destacou ainda que confia no trabalho que vem sendo desenvolvido por Vitor Hugo entre os congressistas. “É um garoto bom, experiente, preparado. Não é à toa que eu chamo ele de cabeção”, disse. “Assim como nós, ele está buscando o que é melhor para todos”, seguiu. “O que aconteceu com Rodrigo Maia, isso depois se resolve”, concluiu.

Além da carreira militar, da qual está aposentado, Vitor Hugo é consultor legislativo da Câmara dos Deputados na área de segurança e defesa.

“Tratorzão”
O presidente Jair Bolsonaro fez ainda uma defesa da sua líder no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). Segundo ele, a congressista é um “tratorzão”. “E, no entanto, está aí”, enfatizou.

Na última quarta-feira (22/05/2019), após a briga de Vitor Hugo com Rodrigo Maia, Joice mandou indiretas criticando o parlamentar goiano.

“A gente está vendo que a falta de tato de algumas figuras que acham que no enfrentamento vão ganhar alguma coisa está nos gerando prejuízo. Agora, por exemplo, a gente está com uma pilha de medidas provisórias paradas porque durante as últimas duas semanas houve essa troca de caneladas e a gente não conseguiu avançar com as MPs”, disparou. Ela disse ainda que “falta tato” ao líder do governo na Câmara.

Café da manhã
Nesta quinta-feira, foi realizado o quinto café da manhã do presidente com jornalistas convidados. Além do Metrópoles, 16 meios de comunicação marcaram presença. Veja quem participou:

  • Metrópoles – Lilian Tahan
  • Globo – Andréia Sadi
  • Record – Celso Freitas
  • SBT – Ederson Granetto
  • Band – Rodrigo Orengo
  • EBC – Alexandre Graziani
  • Rede TV – Daniela Albuquerque
  • Rede Vida – Denise Rothenburg
  • Site Poder 360 – Paulo Silva Pinto
  • Rádio Nacional – Luciano Seixas
  • Rede CNT – Anderson Arcoverde da Silveira
  • Jornal do Comércio – Laurindo Ferreira
  • Site Crítica Nacional – Paulo Eneas
  • Site Estudos Nacionais – Tatiana Gouveia
  • Site Terça Livre – Allan dos Santos
  • Correio do Povo – Telmo Flor
  • Site Senso Incomum – Flávio Morg

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