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Atual PGR, Aras diz que atitudes de Janot são “inaceitáveis”

“O Ministério Público continuará a cumprir com rigor seu dever constitucional de guardião da ordem jurídica”, diz procurador-geral, em nota

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Augusto Aras, PGR, segura a Constituição Federal
1 de 1 Augusto Aras, PGR, segura a Constituição Federal - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O atual procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou neste sábado (28/09/2019) que as atitudes de Rodrigo Janot são “inaceitáveis”. Para ele, “os erros de um único ex-procurador não têm condão de macular o Ministério Público e seus membros”. “O Ministério Público continuará a cumprir com rigor o seu dever constitucional de guardião da ordem jurídica”, destacou, por meio de nota.

Em entrevista, o ex-PGR confessou a intenção de matar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. Disse ainda que chegou a ir armado à Corte. A ideia era assassinar o magistrado e cometer suicídio, de acordo com a revelação.

“Não ia ser ameaça, não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar”, afirmou Janot. Segundo o ex-procurador-geral, logo depois de ele apresentar uma exceção de suspeição contra Gilmar, o ministro difundiu “uma história mentirosa” sobre sua filha. “E isso me tirou do sério”, destacou o ex-PGR.

Janot relatou que foi ao STF armado, antes da sessão, e encontrou Gilmar na antessala do cafezinho da Corte. “Ele estava sozinho”, disse. “Mas foi a mão de Deus. Foi a mão de Deus”, repetiu o ex-procurador ao justificar o porquê de ter desistido de sua intenção. “Cheguei a entrar no Supremo [com essa intenção]”, pontuou. “Ele estava na sala, na entrada da sala de sessão. Eu vi, olhei, e aí veio uma ‘mão’ mesmo.”

O ex-procurador-geral salientou que estava se sentindo mal e, por isso, pediu ao seu vice para substituí-lo na sessão do STF. A cena descrita acima não está narrada em detalhes no livro Nada Menos Que Tudo (Editora Planeta), no qual relata sua atuação no comando da Operação Lava Jato. O ex-titular da PGR alega que narrou a cena, mas “sem dar nome aos bois”.

Rodrigo Janot frisou que sua relação com Gilmar já não era boa, mas, após esse episódio, os contatos foram cortados por completo. “Sou um sujeito que não se incomoda de apanhar. Pode me bater à vontade… Eu tenho uma filha, se você for pai…”

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