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Atletas denunciam terem sido chamados de “saci” e “macaco” em Goiás

Caso foi em Anápolis e envolveu 3 jogadores de futebol do sub-20 da Anapolina; jogo teve pancadaria; autor seria diretor do time adversário

atualizado

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Reprodução/Instagram
Elenco sub-20 da Anapolina
1 de 1 Elenco sub-20 da Anapolina - Foto: Reprodução/Instagram

Goiânia – Três jogadores do sub-20 da Anapolina, clube de futebol de Goiás, denunciaram à Polícia Civil de Goiás terem sido vítimas de insultos raciais por parte de pelo menos um membro da comissão técnica de equipe adversária ao final de uma partida. O fato teria ocorrido na manhã do último sábado (24/4) em Anápolis, a 55 quilômetros de Goiânia. O jogo terminou em pancadaria.

O caso foi registrado no 1º Centro Integrado de Operações de Segurança de Anápolis como injúria racial. Os três atletas disseram à Polícia Civil de Goiás que foram chamados de termos como “neguinho safado”, “neguinho”, “saci-pererê” e “macaco” por um dirigente do Flugoiânia, time que a Anapolina enfrentava pela Goiânia Cup Sub-20.

A pessoa foi identificada pelos jogadores do time de Anápolis como Cleibe Moraes. Ele não foi localizado pela Polícia Civil no sábado para dar seu posicionamento a respeito do caso.

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Confusão

O jogo transcorria no centro de treinamento da Anapolina para vitória tranquila do time da casa por 3 a 1. Um olheiro que acompanhava o jogo e viu todo o ocorrido, contou que o dirigente do Flugoiânia reclamou acintosamente de uma entrada faltosa de um zagueiro da Anapolina. Um dos gandulas, que também é jogador do time de Anápolis, não gostou da reação e começou a discutir com o dirigente adversário.

Os ânimos foram apaziguados.

Conforme a testemunha, pouco depois, a bola saiu pela lateral e, conforme a testemunha, o dirigente do Flugoiânia disse que o gandula deveria buscar a bola rápido. Em sequência, teria chamado o jovem de “saci-pererê”. O rapaz se sentiu ofendido e perguntou o motivo do outro estar sendo racista. O dirigente teria dito que seria racista sim, pois o gandula fazia por merecer.

Novamente os ânimos foram apaziguados.

A partida terminou e cada equipe seguia para o seu lado. Conforme o olheiro que acompanhou toda a situação de perto, o dirigente do time adversário entrou no campo e foi em direção ao zagueiro e capitão da Anapolina e o chamou de “preto” e “macaco”.

Com isso, houve uma confusão generalizada. A Polícia Militar teve que ser chamada para interferir na pancadaria.

Veja vídeo da confusão:

Revolta

O supervisor de futebol da Anapolina, Guilherme Vasconcelos, disse ao Metrópoles que os jogadores ficaram muito abalados e revoltados com a situação. Tanto que os três se dispuseram a comparecer na delegacia para registrar ocorrência contra o dirigente do time adversário.

“É um absurdo que situações como esta continuem acontecendo na sociedade e no futebol. Não podemos aceitar. Isso tem que acabar”, disse o dirigente.

Os atletas da Anapolina se solidarizaram com os colegas insultados. Desde sábado, eles fizeram posts nas redes sociais dizendo não ao racismo. Nos comentários, também há vários exemplos de apoio e solidariedade aos jogadores.

O próprio clube também se posicionou. Por meio de post em seu perfil no Instagram, a Anapolina destacou ser contrária a qualquer tipo de preconceito ou racismo. Também revelou que dará suporte aos seus jogadores.

“Esperamos que a justiça seja feita e nos solidarizamos com os atletas ofendidos e seus respectivos familiares. Não deve haver espaço para este tipo de atitude. #diganaoaoracismo”

Outro lado

Também por meio de seu perfil no Instagram, a Associação Atlética Flugoiânia deu sua versão sobre o ocorrido. Disse que, na verdade, o time foi agredido verbalmente durante o jogo todo por atletas da Anapolina no banco de reservas e fora de campo.

Destacou ainda que não houve nenhuma atitude racista de representantes da equipe e que atitudes discriminatórias. “E a Associação Atlética Flugoiania irá tomar as medidas cabíveis sobre o assunto”, disse.

O Metrópoles não conseguiu contato com Cleibe Moraes.

Ao longo da semana, a Polícia Civil de Anápolis deve decidir o encaminhamento que dará ao caso.

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