Alta dos medicamentos: dicas para economizar na hora de ir à farmácia
O reajuste no valor dos medicamentos está em vigor desde 1º de abril. Confira dicas para economizar sem comprometer o tratamento
atualizado
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O governo federal anunciou o reajuste anual no preço dos medicamentos. Publicado no Diário Oficial da União no dia 31 de março, o aumento de até 5,6% entrou em vigor em 1º de abril e já deve chegar às prateleiras das farmácias. Com isso, os tratamentos podem pesar no bolso dos brasileiros. Para economizar sem comprometer a saúde, é possível adotar algumas estratégias.
A compra de medicamentos de uso contínuo compromete cerca de 30% da renda das famílias brasileiras, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Tal fatia da renda dedicada às farmácias evidencia que um aumento expressivo no valor das medicações pode implicar em problemas financeiros e abandono de tratamentos.
Para o Dr. Luiz Carlos Monteiro, fundador e presidente do conselho da epharma PBM Phygital e conselheiro da Aliança para Saúde Populacional (Asap), o abandono dos tratamentos, relacionados a fatores socioeconômicos, é um cenário preocupante. “Nós temos dados de que 80% das prescrições aviadas não são completamente compradas e 50% dos pacientes iniciam e param os tratamentos”, aponta.
O problema, segundo Luiz Carlos, se dá por um modelo de assistência farmacêutica equivocado: “Aproximadamente 90% dos gastos em medicamentos vêm do bolso das pessoas e 10% do governo, que é o pagador institucional”, argumenta. Há, contudo, opções para reduzir os gastos.
Comparar preços
Pesquisar preços em diferentes farmácias e drogarias é uma opção. De acordo com um levantamento da Proteste, associação de defesa do consumidor, a diferença de preços pode chegar a 1.500% entre um estabelecimento e outro. Portanto, vale a pena gastar um tempo na busca pelo melhor valor.
Existem sites de buscas dedicados a comparar preços de medicamentos para que clientes possam encontrar o estabelecimento com o maior desconto sem precisar sair de casa. Os portais de farmácias e drogarias também disponibilizam precificação on-line.
Algumas redes de drogarias também oferecem programas de fidelidade que dão descontos em compras futuras ou têm convênios com empresas que possibilitam preços mais baixos.
Programas de benefício em medicamentos (PBM)
Os Programas de Benefício em Medicamentos (PBMs) são auxílios que empresas oferecem aos funcionários e colaboradores, subsidiando – parcial ou totalmente – o custo dos remédios de uso contínuo. Os beneficiários podem, por exemplo, receber um cartão ou baixar um aplicativo para efetuar a compra dos remédios.
De acordo com Monteiro, os programas são importantes aliados para manter o acesso das pessoas a diversos tipos de terapias. “Os PBMs auxiliam na economia e colaboram para que não haja desistência do tratamento médico”, aponta.
Apesar da eficiência do programa, muitas empresas ainda não aderiram à medida, e, com isso, essa ferramenta acaba sendo pouco utilizada.
“Muitas companhias ainda preferem oferecer o pacote básico de benefícios, composto por convênio médico”, explicou Monteiro. Segundo ele, uma boa ideia é fazer com que os trabalhadores levem essa iniciativa aos gestores. “Os funcionários podem levar ao RH e empregador a discussão sobre implantar um PBM”, completa.
Genéricos e similares
Outra alternativa é optar por medicamentos genéricos ou similares. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) garante que a qualidade e a segurança desses medicamentos são as mesmas dos produtos de referência.

Flávia Masson, farmacêutica e divulgadora científica, explica que são feitos testes de equivalência entre os medicamentos, mas só é permitido fazer a troca entre o remédio de referência e genérico (vice-versa) ou entre remédio de referência e um similar (vice-versa). “Não podemos fazer troca entre similar por genérico, e nem similar por similar, pois os testes de equivalência não foram feitos entre eles”, adverte.
Postos de saúde
Outra opção é buscar medicamentos em postos de saúde e hospitais públicos, onde os remédios são distribuídos gratuitamente. Para isso, é necessário ter receita médica.
Nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), pacientes podem ter acesso a medicamentos e insumos voltados para doenças graves. Há, ainda, as Farmácias de Alto Custo, que contemplam medicações a pessoas atendidas pelo setor secundário, ou seja, especialistas.
Evite desperdícios
Por fim, é importante evitar o desperdício de medicamentos. Muitas vezes, as pessoas compram mais remédios do que precisam e acabam jogando fora. Por isso, antes de comprar um medicamento, é necessário verificar se realmente é necessário e qual é a quantidade indicada pelo médico.