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Autor da ação enaltece sentença condenatória contra Nelson Piquet

Ex-piloto pode recorrer de decisão que o obriga a pagar R$ 5 milhões após ataques a Lewis Hamilton

atualizado

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Charles Coates/Getty Images
Nelson Piquet
1 de 1 Nelson Piquet - Foto: Charles Coates/Getty Images

A decisão da Justiça em condenar o ex-piloto Nelson Piquet a pagar R$ 5 milhões por falas racistas e homofóbicas em relação ao piloto Lewis Hamilton foi enaltecida por uma importante voz contra o racismo no pais.

O frei David Santos, diretor-executivo da Educafro, que foi uma das autoras da ação, elogiou a sentença, proferida pelo juiz Pedro Matos de Arruda, e afirmou que as faculdades de Direito no Brasil não  ministram disciplinas com conteúdo antirracista.

“Acreditamos que mais de 90% dos juízes brasileiros não possuem essa formação, pois as faculdades estão desatualizadas. Esse domínio antirracista não é dado em nenhuma faculdade de direito do Brasil, nem na USP. Todas as Faculdades de direito, e outras,  sérias, deveriam criar uma matéria antirracista, imediatamente” – afirmou frei David.

Para ele, a sentença é um marco na aplicação do Direito Antidiscriminatório.

“Fundamentos que ele utiliza na sentença mostram que o Judiciário brasileiro começa a se renovar e a se tornar mais justo para com os oprimidos. Ele, certamente, se preparou muito para julgar esse processo, pois esse conteúdo antirracista não é ensinado nas faculdades de Direito do Brasil”, afirmou.

Em entrevista a um blog, em 2021, Piquet se dirigiu a Hamilton como “neguinho”. Com a repercussão, o ex-piloto de Fórmula-1 negou conotação racial e afirmou que a expressão faz parte do vocabulário brasileiro. Ele disse, à época, que houve erro na tradução de sua declaração. Ele pode recorrer da decisão.

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