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Sergio Moro, você perdeu!

Ex-juiz caiu na armadilha de revelar antes do tempo quanto ganhou atuando como advogado de empresas nos Estados Unidos

atualizado

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Sergio Moro em live
1 de 1 Sergio Moro em live - Foto: Reprodução

É no que dá ser novo no ramo e querer entrar na política pela porta da frente, a Presidência da República. Sergio Moro deu-se mal ao despir a toga para ser ministro de Bolsonaro. Estava de olho gordo numa vaga no Supremo Tribunal Federal.

Outra vez deu-se mal ao imaginar que, como candidato à vaga de Bolsonaro, escalaria com rapidez as pesquisas de intenção de voto. Não foi o que aconteceu. Agora, caiu na armadilha de responder à primeira grande provocação dos seus adversários.

Cobrado a revelar quanto ganhara durante 11 meses por serviços prestados ao escritório de advocacia americano Alvarez & Marsal, que tem, entre os clientes, a construtora Odebrecht, Moro o fez, pensando que o assunto seria encerrado. Não será tão cedo.

Desde 2014, a Alvarez & Marsal faturou R$ 83,5 milhões, dos quais R$ 65,1 milhões pagos por empresas investigadas na Lava Jato. Moro disse que recebeu um total de R$ 3,6 milhões – ou R$ 242,5 mil por mês. Mas que ficou de fora dos casos em que foi juiz.

Sua intenção inicial era de só falar a respeito quando fosse obrigado a prestar contas à Justiça. Ocorre que o Tribunal de Contas da União começou a investigá-lo, e o PT e o Centrão acenaram com a ideia de criar a CPI do Moro. Recuaram depois.

Porém, não o deixarão em paz. Querem saber para quais empresas trabalhou, o que fez por cada uma, e se ganhou benefícios além do salário. Moro desafiou Bolsonaro e Lula a tornarem públicas suas fontes de renda. Como resposta, recebeu o silêncio.

Moro não fez nada de ilegal. Ao deixar o governo, cumpriu a quarentena exigida pela lei e só depois associou-se a Alvarez & Marsal. Nada o impedia, se quisesse, de atuar como advogado em favor de empresas que puniu como juiz, mas ele diz que não atuou.

É a Política, Moro. Não a Economia. Vê se entende.

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