Record, a televisão do bispo Macedo, ignora o jantar de Lula e Alckmin
Jovem Pan quer saber quem financiou o evento
atualizado
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O sistema bolsonarista de televisão já foi maior. Só a Rede Record ignorou o jantar oferecido por um grupo de advogados a Lula, em São Paulo, ao qual compareceram Geraldo Alckmin, ex-PSDB, os presidentes de 10 partidos políticos e três governadores. Ao todo, pouco mais de 500 pessoas. Cada uma pagou 500 reais.
As redes Globo, Band e SBT reservaram mais dois minutos para noticiar o fato político, de longe o mais importante deste fim de ano. No restaurante A Figueira, região dos Jardins, Lula e Alckmin se encontraram em público pela primeira vez desde que começaram a conversar sobre a eleição presidencial de 2022.
Antes adversários, eles admitem estar na mesma chapa – Lula para presidente, Alckmin para vice. A Record pertence ao bispo Edir Macedo, dono também da Igreja Universal. Ela é bolsonarista até a última dobra da calça do bispo. Só perde para o grupo Jovem Pan, que recentemente inaugurou seu canal de televisão.
Em 31 de outubro último, Bolsonaro fez uma série de ataques a Lula em entrevista à emissora Sky TG 24, na Itália. Sem citar provas, acusou-o de no início da carreira política ter tido contatos com as Farc, antigo grupo guerrilheiro da Colômbia, e que a partir de então Lula estabeleceu ligação com o narcotráfico.
Coincidência ou não, naquele mês a Record havia levado ao ar cinco reportagens onde tentava provar a mesma coisa com base em informações fornecidas por uma jornalista espanhola, conhecida por disseminar notícias falsas. A emissora está sendo processada pelo PT, que cobra pesada indenização.