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Queiroga ficará no governo até que Bolsonaro o mande embora

Por ora, seu emprego está garantido e é isso o que lhe interessa

atualizado

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1 de 1 queiroga - Foto: Reprodução

De duas, uma. Foi grande a cegueira dos que acreditaram ser possível o presidente Jair Bolsonaro escolher um ministro da Saúde não alinhado com suas ideias, concedendo-lhe autonomia.

Ou grande foi a esperança dos que acreditaram que o cardiologista Marcelo Queiroga poderia ser o inverso do general Eduardo (“Manda quem pode, obedece quem tem juízo”) Pazuello.

Por mais astuto, ardiloso, ensaboado e esperto que seja, o médico está fazendo pior do que o especialista em logística militar que ignorava o que fosse o SUS até virar ministro.

Obediente, Queiroga vale-se do que sabe para dar um lustro científico às suas iniciativas, quase todas ordenadas por Bolsonaro, o dono da caneta cheia de tinta que a usa como espada.

Quem, neste governo, sobreviveu em modo rebelde? Os que tentaram perderam a cabeça. Como Pazuello, Queiroga não quer perder a sua. Emprego com status e mordomias anda difícil.

Fosse este um governo normal, comandado por um presidente normal, a essa altura, só por uma questão de piedade com um homem enfermo, esperaria sua recuperação e o mandaria embora.

Mas governo e presidentes são tudo, menos normais. São os piores que o Brasil já teve. Se por acaso Queiroga for punido, não o será por ter feito gestos obscenos na direção de manifestantes.

Só por isso, acabaria condecorado. Os gestos contaram pontos a seu favor. Bolsonaro gostou do que ele fez. Manifestantes do contra têm mais é que ser enfrentados com energia e destemor.

Queiroga só seria despachado se o presidente concluísse que o fato de ele ter contraído a Covid, podendo contaminar autoridades estrangeiras, emporcalhou uma viagem por si só já malsucedida.

Bolsonaro, porém, está convencido de que a viagem foi um sucesso. E enquanto Queiroga lhe disser amém, o manterá. De resto, como culpá-lo por simplesmente ter adoecido?

Queiroga só não deve esperar condescendência da parte do seu chefe. Há 10 dias, pressionado por ele, o ministro suspendeu a vacinação de adolescentes que havia autorizado.

O chefe mudou de opinião e mandou que a vacinação de adolescentes fosse restabelecida. Aos outros, debite-se o mal, a ele, o bem. Tanto mais na sua nova versão de Jairzinho paz e amor.

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