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Os males que tiraram Bolsonaro de circulação depois da derrota

De um deles padeceu Dodô, parente distante de uma tia minha, e personagem de uma novela que um dia ainda vou concluir

atualizado

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Orlando Brito
Bolsonaro
1 de 1 Bolsonaro - Foto: Orlando Brito

Erisipela é uma infecção cutânea causada geralmente pela bactéria Streptococcus pyogenes do grupo A, mas pode também ser causada por Haemophilus influenzae tipo B.

As bactérias penetram através de um pequeno ferimento na pele ou na mucosa, disseminam-se pelos vasos linfáticos e podem atingir o tecido subcutâneo e o gorduroso.

Pessoas com excesso de peso, portadoras de diabetes não compensado, de insuficiência venosa nos membros inferiores, cardiopatas com baixa imunidade são mais vulneráveis.

Senhora de um casarão próximo ao Colégio Salesiano, no Recife, viúva e religiosa que passava o dia rezando, Dodô sofria de erisipela e a tratava com remédios caseiros à base de ervas.

Nunca se curou. Mantinha no banheiro um cágado. E quando a dor excedia determinado limite, ela virava o cágado de pernas para o ar e amarrava uma fita vermelha na cabeça. Dizia que melhorava.

Bolsonaro deve ter outros meios de enfrentar a doença que o tirou de circulação depois de ser derrotado por Lula no último dia 30. Mas não padece só desse mal. Há outros tão ou mais dolorosos.

Ele sofre por ter perdido uma eleição que julgava ganha por pouco; sofre por não ter se oposto quando consultado sobre a decisão da justiça de soltar Lula, pois imaginou que o venceria.

E sofre com o processo em curso de lavagem de roupa suja que divide seus familiares mais queridos – de Michelle, a mulher, a Jair Renan, o filho Zero Quatro, e o mais distante deles.

Ana Cristina Valle, advogada e mãe de Jair Renan, lançou-se candidata a deputada pelo Distrito Federal, arrecadou dinheiro, perdeu e mandou-se para o exterior sem prestar contas.

Michelle nunca mais apareceu em público ao lado de Bolsonaro. Dizem que foi porque brigou com Carlos, o Zero Dois, e o marido tomou partido do filho, dono de suas senhas nas redes sociais.

Carlos nunca gostou de Michelle, que jamais gostou dele e que se recusou a abrigá-lo no Palácio da Alvorada porque Bolsonaro temia que Carlos fosse preso pelo ministro Alexandre de Moraes.

Houve tapas e não houve beijos no meio dessa quizila. Carlos afastou-se do pai, que se desentendeu com Eduardo, o Zero Três, que se escafedeu para os Estados Unidos, onde tem amigos.

Flávio, o Zero Um, não abandonou o pai, mas está de mal com Eduardo e com Carlos. Cada um joga no outro a culpa pela má condução da campanha de Bolsonaro.

Para completar a desdita do clã, Bolsonaro cobra de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, muito mais do que ele tem para lhe oferecer. Quer casa, comida, roupa lavada e dinheiro para viagens.

Ao mesmo tempo, queixa-se dos políticos que se elegeram às suas custas e que não se mostraram agradecidos. É muita dor que ele é obrigado a suportar, além do medo da volta do comunismo.

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