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O que Lula e Fernando Henrique andam dizendo

Se surgir um candidato com mais chances de derrotar Bolsonaro, Lula topa repensar sua candidatura. Para FHC, o PSDB acabou

atualizado

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Divulgação/Instituto Lula
Imagem do encontro entre Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso - Metrópoles
1 de 1 Imagem do encontro entre Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso - Metrópoles - Foto: Divulgação/Instituto Lula

De Lula, numa de suas conversas nos últimos meses, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ouviu entre outras coisas que o que diminuiria fortemente suas chances de suceder Jair Bolsonaro seria um candidato da terceira via capaz de ganhar o apoio dos nem-nem – nem Bolsonaro e nem Lula.

Poder-se-á dizer que muitos líderes políticos e analistas pensam a mesma coisa e que estão roucos de repeti-la, mas faz diferença ouvi-la do próprio Lula. Ele pareceu a Fernando Henrique estar com os pés bem plantados no chão. Não só por ser experiente, mas devido também ao sofrimento que passou ao ser preso.

De Fernando Henrique, em conversa recente, um dos seus amigos ouviu que o PSDB “acabou”. Isso não deve ser lido ao pé da letra, pois os partidos costumam levar muito tempo para acabar. Alguns até nem acabam para sempre e se transformam em legendas de ocasião. Lei mais rigorosa dará conta deles.

O ex-presidente não vê mais futuro para o PSDB dos seus sonhos e que ajudou a fundar. O partido não atualizou suas pautas, distanciou-se da base social que lhe dava sustentação e seus novos líderes não estão à altura dos antigos. É um partido tão ou mais partido do que muitos que hoje existem.

Com João Doria, governador de São Paulo, Fernando Henrique não irá para as prévias do PSDB de outubro. Poderia ir com o senador Tasso Jereissati (CE), mas não acredita que ele as disputará. Se elas forem ganhas por Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, o apoiará de olho em 2026.

A quem sugere a Lula abrir mão de sua candidatura para ajudar na construção de outra que possa com mais segurança derrotar Bolsonaro, ele responde que não teria dificuldade de fazê-lo desde que… Desde que apareça um nome em torno do qual se agrupem todas as tendências, e que as pesquisas atestem sua viabilidade.

Antes do segundo turno haverá o primeiro, lembra Lula acacianamente. Um nome que não ganhe o primeiro não irá para o segundo. Haverá muito tempo até meados do próximo ano para que esse nome desponte ou não. Se não fosse o dele, Lula não teria nenhuma dificuldade em apoiá-lo.

Só não lhe peçam por esperteza ou ingenuidade para desistir de ser candidato desde já. Não faria sentido. Quem morre de véspera é peru.

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