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Mais um vexame internacional do Brasil, desta vez em Roma

Ministro do Turismo falou em encontro sobre cultura que o meio ambiente, por aqui, está quase do jeito de quando Jesus nasceu

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, ao lado do presidente Jair Bolsonaro , durante apresentação das ações para desburocratização e atração de investimentos para setor de turismo 2
1 de 1 O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, ao lado do presidente Jair Bolsonaro , durante apresentação das ações para desburocratização e atração de investimentos para setor de turismo 2 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Foi um vexame sem tamanho, como há muito não se via em fóruns internacionais. Como o Brasil é um dos poucos países grandes do mundo a não ter ministro da Cultura, foi Gilson Machado, o do Turismo, quem o representou na primeira Conferência dos Ministros da Cultura do G20, na Itália.

Sanfoneiro, líder de uma banda de forró, descoberto por Jair Bolsonaro à época candidato a presidente da República, Machado fez questão de se apresentar como músico. Por falta do que dizer sobre Cultura estendeu-se em seu discurso a falar sobre o Meio Ambiente, dizendo que por aqui ele está quase intacto.

Assumiu uma postura desafiadora ao bradar para os demais ministros perplexos:

“Muitas pessoas não sabem, mas 66% do território brasileiro se encontram do mesmo jeito que estava quando Jesus veio à Terra. 84% da Amazônia brasileira… Isso é um tabu aqui. Alguém aqui já esteve na Amazônia? Alguém já esteve na Amazônia?”

O mais próximo que ele passou dos temas pertinentes ao encontro foi quando disse que a pandemia gerou aceleração do processo de digitalização de documentos no Brasil e destacou o Carnaval e a Festa do Peão de Barretos como contribuições nacionais à Cultura universal. Citou a reforma de igrejas e de monumentos históricos.

Por fim, ao assinar a declaração conjunta dos ministros, fingiu não ver, ou então não se deu conta de que ela recomenda o combate a fake news e ao discurso do ódio nas redes sociais, prega a proteção a comunidades indígenas e defende medidas pela igualdade de gênero. Tudo na contramão do bolsonarismo.

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