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Lula com pressa e sangue nos olhos apaga Lulinha paz e amor

O gogó, sozinho, não resolve

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Lula fecha o punho com a boca aberta, mostrando força. lula discursa com microfone na mão. Presidente Eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, visita pela primeira vez, centro do governo de Transição, no CCBB e conversa com políticos aliados. Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
1 de 1 Lula fecha o punho com a boca aberta, mostrando força. lula discursa com microfone na mão. Presidente Eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, visita pela primeira vez, centro do governo de Transição, no CCBB e conversa com políticos aliados. Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A presidente Dilma Rousseff corrigiu um dia: não, ela não queria as coisas para já, mas para ontem. Tinha pressa e pouca paciência. Não foi por isso que seu segundo governo ficou pelo meio, interrompido pelo impeachment. Mas, em parte, foi por isso.

Quem era capaz de se envolver pessoalmente numa batalha de cabides com uma camareira do Palácio da Alvorada não guardava desaforo, dizia desaforo à beça. Para seus ministros e auxiliares próximos, atender aos seus chamados sempre foi um tormento.

Lula 3 começa a se parecer com Dilma 1 e 2 sob esse aspecto. Ele também tem pressa e perde a paciência com facilidade. Anda irritado, ansioso, quer apresentar resultados mal completados 60 dias de governo, e não está satisfeito com o que já fez.

E não foi pouco. Apesar da tentativa de golpe do 8 de janeiro, ou por causa dela e da maneira como Lula reagiu, a democracia está mais forte do que jamais esteve no governo Bolsonaro. Foi estancada a matança de indígenas na reserva dos Yanomamis.

O programa Bolsa Família está de volta. O compromisso com a preservação do meio ambiente atrai parceiros internacionais que haviam se afastado. Foram restabelecidos os fundamentos que tornaram a política externa brasileira tão respeitada.

O passe de Lula é disputado pelos chefes de Estado mais importantes do mundo, seja para que ele os visite, seja para virem visitá-lo. Mais do que uma frase de efeito ou slogan, “O Brasil está de volta” corresponde à realidade depois de anos de isolamento.

Entretanto, Lula se comporta como um presidente zangado e aflito. E não perde uma ocasião de expelir bílis. Seu maior temor é que a economia não decole. Ela cresceu 2,9% em 2022, mas recuou 0,2% no 4º trimestre. Estima-se que este ano cresça abaixo de 1%.

Nos últimos 20, o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas pelo país, cresceu em média 2,2% ao ano, segundo a consultoria MB Associados. No segundo governo Lula, de 2007 a 2010, o crescimento foi de 4,6% ao ano.

O pior desempenho da economia foi no segundo governo Dilma, abortado pelo impeachment em 2016: menos 3,4%, em média. O período Bolsonaro será lembrado pela economia em modo de voo de galinha: 1,5% em média de crescimento anual.

Lula chamou de maldita a herança que recebeu dos oito anos de governo Fernando Henrique. Nada se compara à herança legada por Bolsonaro. Fernando Henrique gabou-se de ter governado o país com o gogó. Mas ele tinha o Plano Real, e Lula não tem.

O próprio Lula, num rasgo de temperança, diz que sua missão será cumprida se ao cabo do mandato tiver saciado a fome dos famintos, dado casa aos que carecem dela, educação e saúde em proporções mais elevadas, e devolvido o país à normalidade.

É o que ele diz, mas não é só o que deseja. Quer bem mais. O que ele quer não caberá em um único mandato.

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