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Faltam 103 dias para o Brasil livrar-se de Jair Messias Bolsonaro

Contagem regressiva para a derrota no primeiro turno

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Presidente Jair Bolsonaro durante Solenidade alusiva à Política Nacional para Recuperação das Aprendizagens na Educação Básica e ao MECPlace no palacio planalto em brasília
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro durante Solenidade alusiva à Política Nacional para Recuperação das Aprendizagens na Educação Básica e ao MECPlace no palacio planalto em brasília - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Se Bolsonaro estivesse convencido de que derrotaria Lula em outubro, ameaçaria dar um golpe se perdesse, tentaria desacreditar o sistema de apuração de votos do Tribunal Superior Eleitoral?

Claro que não. É por medo de perder, é porque as pesquisas indicam que ele perderá, é porque seus aliados clamam para que faça alguma coisa, do contrário a derrota é certa, que ele estrebucha na maca.

E os militares junto com ele. E agora o ministro Anderson Torres, da Justiça; não da Justiça do Brasil, mas da Justiça como Bolsonaro entende que ela deve ser feita. Em resumo, um capacho dele.

Na última sexta-feira, Torres enviou um ofício ao tribunal informando que participará, por intermédio da Polícia Federal, de todas as etapas de fiscalização e auditoria das urnas eletrônicas.

E também de “sistemas e programas computacionais eleitorais”. No ofício, o ministro menciona, inclusive, a possibilidade de desenvolver “programas próprios” para verificação dos equipamentos.

A Polícia Federal é parceira histórica do tribunal desde a época do voto impresso. Participa de todas as etapas do processo eleitoral. O ofício de Torres chove no molhado. É só para agradar a Bolsonaro.

Somente ontem, nesse caso para esticar a corda com o tribunal, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ministro da Defesa de Bolsonaro, remeteu mais dois ofícios ao tribunal.

No primeiro, confirmou a participação de um representante das Forças Armadas em mais uma reunião da Comissão de Transparência do tribunal marcada para a tarde de ontem.

No segundo ofício, pediu que o ministro Edson Fachin, presidente do tribunal, indique um servidor para funcionar como “ponto de contato” dos técnicos militares que fiscalizarão as urnas.

E em tom incisivo, desnecessário porque é o que está previsto, reiterou que as Forças Armadas farão parte do monitoramento do sistema eletrônico de votação. Ora, sempre fizeram.

O general Heber Portella, representante dos militares, entrou mudo e saiu calado de mais uma reunião por videoconferência da Comissão de Transparência. Deixou a câmera fechada ao longo dos debates.

Fez melhor a senadora Kátia Abreu (PP-TO): ela entrou diretamente de um salão de beleza enquanto fazia escova nos cabelos. O Congresso confia no voto eletrônico e no sistema de apuração do tribunal.

A reunião foi aberta com as falas de Fachin e do ministro Alexandre de Moraes, alvos preferenciais dos pesados ataques disparados por Bolsonaro contra a Justiça ao longo dos últimos meses.

Fachin repetiu que a Comissão é o foro adequado para a discussão sobre a segurança das urnas eletrônicas, embora os militares insistam com a proposta de uma reunião exclusiva com técnicos do tribunal.

Cabe à Justiça, e somente a ela, decidir sobre tudo o que se relacione com o processo eleitoral. Ela já acolheu sugestões dos militares e deixou outras para serem examinadas daqui a dois anos.

Eles não gostaram de nada disso, e daí? Não importa que não tenham gostado. O que farão além de cara feia? Aproveitarão mais um 7 de setembro para ensaiar o golpe desejado por Bolsonaro?

Ou se recusarão a votar no dia 3 de outubro? Se essa fosse sua escolha, não fariam outra vez mal ao país votando em Bolsonaro, afastado do Exército nos anos 1980 porque era um mau militar.

Faltam 103 dias para o Brasil livrar-se do pior presidente da sua história.

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