Uma vez que sua condição é de turista, Bolsonaro sabe que não poderá ficar muito tempo nos Estados Unidos. Como sabe que poderá ser preso quando puser os pés no Brasil.
Não tem mais direito a foro especial. Qualquer juiz de primeira instância poderá determinar sua prisão. Não seria por muito tempo, naturalmente, mas ser preso é sempre ruim.
Pela primeira vez, ele falou a respeito, em entrevista concedida ao jornal americano “The Wall Street Journal”:
“Uma ordem de prisão poderá surgir do nada”.
Do nada, não, de mais de uma montanha de processos a que responde. Os mais avançados estão no Tribunal Superior Eleitoral e no Supremo, com o ministro Alexandre de Moraes.
Bolsonaro rebateu sua associação à invasão aos prédios dos Poderes em 8 de janeiro: “Eu nem estava lá, e querem me culpar!” Minimizou o episódio, que não considera tentativa de golpe:
“Golpe? Que golpe? Onde estava o comandante? Onde estavam as tropas, onde estavam as bombas?”
Para variar, voltou a lançar dúvidas sobre eleição que perdeu:
“Não estou dizendo que houve fraude, mas o processo foi tendencioso”.
E disse que voltará para liderar a oposição ao governo Lula. Quanto a disputar as próximas eleições, revelou que está indeciso.