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CPI da Covid abrirá as portas do inferno para Bolsonaro

Governo irá para o paredão e ali permanecerá por 90 dias, no mínimo, podendo o prazo ser prorrogado até o fim do ano

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Mandetta durante posse no governo bolsonaro 1
1 de 1 Mandetta durante posse no governo bolsonaro 1 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Há comissões parlamentares de inquérito que não atraem a menor atenção, seja pela natureza técnica do assunto que investiga, seja pela descrença de que resultarão em alguma coisa.

Não parece ser esse o caso da CPI da Covid-19, que logo mais, a partir das 10h, se reunirá para ouvir o depoimento do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.

O governo tudo fez para que a comissão não fosse criada; se fosse, para que sua instalação ficasse para o futuro remoto; não sendo possível, que ele ao menos contasse ali com a maioria dos votos.

Perdeu todas as paradas. Agora, terá de pagar caro, muito caro, para que simplesmente não dê em nada. A moeda: cargos, pagamento de emendas, dinheiro por fora, e outras sinecuras.

Em troca de um relatório final que não seja assim tão explosivo, vale até lugar de ministro do Supremo Tribunal Federal (alô, alô, Renan Calheiros, MDB-AL, a peça-chave da CPI!).

Renan tem candidato à vaga que se abrirá no Supremo a partir de julho com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello. Se esse for o preço a ser pago por um relatório ameno, quem sabe…

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho Zero Um do presidente, recebeu para jantar em sua mansão de 6 milhões de reais, em Brasília, parte da ala governista do MDB.

Tudo vale a pena quando a alma não é pequena e os benefícios podem ser enormes. CPI sempre foi e sempre será uma ótima oportunidade de fazer novos amigos e fechar negócios.

Como aperitivo do que está por vir, a fala de Mandetta servirá para o gasto. Espera-se que ele revele novidades sobre sua relação com Bolsonaro enquanto foi ministro no início da pandemia.

À falta delas, deverá repetir tudo o que disse até hoje, e que se conhece, em um tom de indignação que cairá bem para quem aspira ser candidato a presidente da República no próximo ano.

Pela primeira vez e na mesma ocasião, o ex-ministro será contraditado por senadores aliados de Bolsonaro e devidamente abastecidos com fatos e argumentos para deixá-lo mal na foto.

Nelson Teich, que sucedeu Mandetta no cargo, entrará em cena na parte da tarde. A audiência deverá esfriar. Ele foi ministro por menos de 30 dias e costuma ser econômico com as palavras.

A quarta-feira foi reservada para o ex-ministro Eduardo Pazuello. O dia promete. Especialista em logística militar, o general saiu do governo dizendo que políticos tentaram faturar com a pandemia.

Quem tentou, Pazuello, responda? Quanto cobrou? Você conversou com Bolsonaro a respeito? O que ouviu dele? O que respondeu a quem lhe pediu “um pixulé”?

Um general sentado no banco dos réus – porque a cadeira de depoente em uma CPI tem o poder de ejetá-lo para tal condição – merece ser visto de tão incomum que é.

Pazuello foi treinado para não criar mais embaraços do que os acumulados pelo governo até aqui. Mas sua personalidade é um pouco mercurial. Se provocado, como reagirá? Estufará o peito?

Divirtam-se!

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