Na relação de doadores de campanha de Jair Bolsonaro está o empresário e produtor Gilson Mueller Berneck, que já foi alvo de fiscalização do Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo, em 2007.
Na época, numa das fazendas do produtor, a fiscalização libertou 47 trabalhadores em situação análoga ao trabalho escravo. Era uma propriedade localizada no Mato Grosso. A empresa Berneck atua com extração e beneficiamento de madeira.
Gilson Berneck pagou, naquele período, cerca de R$ 300 mil como rescisão do contrato dos trabalhadores.
O empresário, que já fez doações em outras campanhas eleitorais, destinou para a campanha de bolsonaro R$ 150 mil. E doou também, R$ 100 mil, para o governador Ratinho, que tenta a reeleição. E mais R$ 210 mil para três candidatos a deputados federais, dois de Santa Catarina e um do Paraná: Cobalchini, do MDB de Santa Catarina (R$ 100 mil), Agnelo Miranda, do PSD, também de SC (R$ 50 mil) e Reinhold Stephanes Júnior, do PSD do Paraná (R$ 60 mil).
Em 2018, Berneck também fez doações a candidatos, no total de R$ 100 mil, dos quais R$ 50 mil para o próprio Ratinho Jr. e R$ 50 mil para Álvaro Dias.
Naquele ano, ele argumentou que as doações “ocorreram dentro da lei e foram efetivadas dentro das minhas preferências e convicções particulares”.
No site de sua empresa, a Berneck informa, no seu Código de Conduta, não aceita, internamente e em relação a seus fornecedores, o trabalho escravo ou em condição análoga, bem como o uso de mão de obra infantil, salvo na condição de menor aprendiz de 16 a 18 anos, dentro das condições legais.
E informa ainda que promove a responsabilidade social através de ações e atitudes, que respeita a saúde e segurança dos colaboradores.
O blog não conseguiu estabelecer contato com o empresário e segue aberto a qualquer manifestação.