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Gilberto Carvalho: “Voltamos muito antes do que a gente imaginava”

Ex-ministro, e auxiliar da confiança de Lula, afirmou que é preciso aproveitar essa oportunidade, sob risco da volta do "governo fascista"

atualizado 23/11/2022 15:50

Gilberto Carvalho Igo Estrela/Metropoles

Da extrema confiança de Lula e agora integrado no grupo de transição, o ex-ministro Gilberto Carvalho entende que a atual conjuntura, com o “sumiço e o desaparecimento” de Jair Bolsonaro, parece que o governo petista já começou. a governar.

Carvalho afirmou que a história está permitindo o retorno de Lula à Presidência da República bem antes do imaginado. E que essa oportunidade não pode ser perdida. Diante do governo de extrema direita, como do Bolsonaro, ele não tinha expectativa de retorno nesse momento.

“A história, a militância e a luta de Lula está nos permitindo uma retomada desse projeto muito antes do que a gente imaginava. Vamos lembrar que quatro anos atrás Lula estava preso e estávamos aparentemente destruídos. A resistência e a teimosia de nossa gente, capitaneada por Lula, que foi o chefe dessa teimosia e não aceitou negociação (quando esteve preso) nos trouxe aqui” – disse Gilberto Carvalho, numa audiência pública da Câmara.

Gilberto Carvalho foi chefe de gabinete de Lula nos seus oitos anos de mandato. Com Dilma Rousseff, ele assumiu a Secretaria-Geral da Presidência da República. Ele trabalhou na campanha de Lula e passou a integrar esta semana o grupo que irá cuidar da posse, sob o comando de Janja da Silva.

O ex-ministro segue na reflexão sobre esse retorno do PT ao Planalto, fala da responsabilidade e dos cuidados para não permitir o retorno do “governo fascista”.

“A história está nos dando e nós construímos essa oportunidade. Não convém perdê-la porque não sei se teremos outra tão brevemente” – disse.

Conhecido no PT por provocar choques de realidade com suas reflexões que entende necessárias para atuação de militância e, principalmente, gestores, Carvalho diz que, no governo do PT, viu muita gente se iludir com cargos.

“Cansei de ver gente do movimento social, que veio para o governo, que passou a vestir gravatinha e passou a ser chamado de doutor e que passou a se iludir achando que bastariam as tomadas de decisões políticas e administrativas que, assim, conseguiria mudar a realidade” – disse Carvalho, para completar na sequência.

“A realidade foi duríssima com a gente. Foi cruel. Simplesmente nos deram um golpe (referência ao impeachment de Dilma, em 2016) sem dar um tiro, sem resistência popular na rua”.

O ex-ministro afirmou que a PEC dos gastos, em tanta evidência nesse momento, foi “implacável e cruel” e que destruiu quase tudo construído pelas gestões petistas.

“A ponto de fazermos pensar num projeto de reconstrução”.

Carvalho reafirmou se tratar esse novo governo Lula de uma frente democrática, falou que não há “neutralidade quando se governa” e alertou para não permitir a volta do fascismo em 2026.

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