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Conselho indicado por Bolsonaro trava nomes de Lula para a Embrapa

Dos quatro diretores indicados na gestão do petista, apenas uma até agora foi aprovada

atualizado

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sede da Embrapa
1 de 1 sede da Embrapa - Foto: divulgação

O governo Lula  não conseguiu dar posse ainda a toda a diretoria-executiva da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Os nomes dos quatro diretores já foram escolhidos, mas suas efetivações estão travadas no Conselho de Administração da Embrapa, o Consad, que precisa aprová-los. Exceção de uma.

Além de definida a presidente, Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá – primeira mulher a comandar a empresa e já empossada -,  somente uma diretora, Ana Maria Euler, teve o nome aprovado pelo Consad, para a Diretoria de Negócios.

A questão é que a atual composição do Consad é formada, na sua grande maioria, por indicados pelos ministérios do governo Jair Bolsonaro. Eles têm mandato.  Apenas uma conselheira foi indicada neste ano, na gestão de Lula, e aprovada para o conselho. Se trata da professora universitária e economista Luana Passos, uma indicação do Ministério de Gestão.

O Consad já reuniu pelo  menos quatro vezes desde a indicação dos diretores, mas ainda não definiu e posterga. A demora nessa definição é razão de protesto de servidores da empresa, que organizaram um abaixo-assinado, intitulado “A quem interessa uma Embrapa sem aderência com as diretrizes do Governo?”

Nesse texto, os signatários acusam uma “ultradireita incrustada na instituição articulou-se com o Consad para inviabilizar a nomeação dos candidatos a diretores”. Entre os apoiadores estão dois ex-diretores da empresa, Waldyr Stumpf e Tatiana Sá.

Textos apócrifos atacando os indicados pelo governo Lula estariam circulando por defensores do agronegócio, segundo o abaixo-assinado.

Diante das críticas pela demora em confirmar os indicados pelo atual governo para compor a Embrapa, o Consad divulgou uma nota no último dia 13 na qual afirma que até o momento não houve reprovação de qualquer um dos nomes e que está sendo seguido o “rito previsto pela legislação, pelo qual o candidato a diretoria de empresa pública precisa passar”.

Na nota, o Consad chega a afirmar que “toda essa verificação protege as instituições de ingerências e de indicações de pessoas não qualificadas”, trecho que incomodou sindicalistas e ex-dirigentes da empresa.

O Consad diz ainda que os candidatos “seguem no processo de avaliação, no qual ainda farão a apresentação de seus planos de trabalho após recomendações dos conselheiros do Consad”.

O atual presidente do Consad é Guilherme Soria Bastos Filho, indicado pelo Ministério da Agricultura para o conselho no governo Bolsonaro, quando era secretário de Política Agrícola.  Na gestão de Lula, ele continuou na pasta, como assessor especial de Assuntos Estratégicos.

Os nomes indicados para a diretoria da Embrapa e ainda  não aprovados pelo Consad são: Selma Beltrão, ex-chefe de unidade e com mestrado em Desenvolvimento Sustentável, indicada para diretoria de Pessoas, Serviços e Finanças; Clenio Nailto Pillon, pesquisador da Embrapa desde 1999, para diretoria de Pesquisa e Inovação; e Alderi Emídio de Araújo, pesquisador que foi chefe-geral da Embrapa Algodão,  para diretoria de Governança e Gestão.

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