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Pazuello desafia o Exército (por Mirian Guaraciaba)

Bolsonaro incita desobediência de general. O caso é mais grave do que parece. Urgente e sensível

atualizado

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Aline Massuca/Metrópoles
pazuello e bolsonaro durante passeio de moto no rio de janeiro
1 de 1 pazuello e bolsonaro durante passeio de moto no rio de janeiro - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

Jair Messias cutucou com vara curta o Alto Comando do Exercito. O ex-ministro Eduardo Pazuello não foi obrigado, mas, convidado pelo Presidente da República, participou de ato politico estritamente vedado pelo Regulamento Disciplinar do Exercito Brasileiro.

Bolsonaro e Pazuello conhecem bem o Regulamento. Em 1987, o Capitão feriu os códigos do Exército e acabou expulso da tropa. Dizem que pediu para sair. Pouco importa. O Capitão foi punido por infringir regras estabelecidas. No caso de Pazuello, diz o item 57 do anexo I do decreto 4.346/02: é transgressão o ato de “manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária”.

Pazuello e Bolsonaro são responsáveis por conflito institucional que se avizinha. O País vive instabilidade política crescente, crises sanitária e econômica. A tensão militar é desnecessária, nesse momento. O Exército deve se posicionar com rapidez e energia, sob risco de ver desmoralizado seu Alto Comando. Se correr frouxo, militares da ativa ficarão a vontade para endossar publicamente os disparates de Bolsonaro.

Consta que o Ministério da Defesa abriu uma investigação para apurar o comportamento inadequado de Pazuello. Moleza. Imagens não faltam.

Pazuello pode pedir para sair, como fez o chefe Bolsonaro. O Vice-Presidente da República, Hamilton Mourão, falou até em prisão, como pena máxima ao infrator. O Capitão Bolsonaro foi preso, em 1986. Na reserva, Pazuello ficaria livre dos corretivos. Ainda que leves. Vamos lembrar que o Alto Comando do Exercito está subordinado ao Ministro da Defesa, Braga Neto, sentinela de Bolsonaro.

Bolsonaro e Pazuello agradaram aos lunáticos e negacionistas, no domingo de farra com motociclistas no Rio.

Reação contrária ao ato político que causou aglomeração, sem uso de máscara, veio na medida de todos os setores. Indignou oposição, aliados, e ex-ministros de Bolsonaro. Em caixa alta, General Santos Cruz, condenou, no Twitter: “O presidente e um militar da ativa mergulharem o Exercito na política é irresponsável e perigoso. Mau exemplo, que não pode ser seguido. Péssimo para o Brasil”.

Péssimo para o Exército. Péssimo para Pazuello. Para Bolsonaro? Tanto faz.

Mirian Guaraciaba é jornalista

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