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Brasil fracassa em educação, segurança e economia (por Ricardo Guedes)

Tudo indica que o País perdeu a corrida tecnológica e econômica do desenvolvimento mundial nas últimas duas décadas

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
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1 de 1 familia-pobreza-quarentena-1 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Nas últimas duas décadas, o mundo experimentou notável crescimento econômico, com a internacionalização da economia, tecnologia, realocação da produção industrial, aumento do comércio de commodities, internet e e-commerce. De 2000 a 2020, o PIB mundial cresceu 2,6 vezes. O PIB dos Estados Unidos aumentou de US$ 10,3 trilhões para US$ 20,8 trilhões, e o da China de US$ 1,2 trilhões para US$ 15,2 trilhões, como principais países do mundo. A União Europeia cresceu de US$ 7,3 trilhões para US$ 15,6 trilhões, como forte mercado em expansão.

De 2002 a 2010, o PIB do Brasil cresceu de US$ 0.6 trilhões para US$ 2,2 trilhões, caindo para USD 1,4 trilhões em 2020, da 9ª para 12ª segunda posição no mundo. Tudo indica que o Brasil perdeu a corrida tecnológica e econômica do desenvolvimento mundial nas últimas duas décadas.

O Relatório sobre a Qualidade das Elites de 2020, que compara 32 países segundo a capacidade inclusiva e distributiva da riqueza através do estudo da tributação e legislação, atribui à elite brasileira a 27ª colocação, atrás de países como a China, Indonésia, México, Russia, India e Paquistão. No Brasil, temos hoje algumas ilhas de excelência, como a área financeira, o agronegócio, a Embraer, seguido de mercado interno constituído por empresas tecnologicamente defasadas e mão de obra pouco qualificada, seguido pela massa de excluídos caracterizada pelo subemprego, pobreza, e falta de serviços sociais. A renda per capita do Brasil é de US$ 9.800,00 por ano, abaixo da média mundial de US$ 10,600.00, Noruega US$ 75.300,00, Estados Unidos US$ 60.000,00, Alemanha US$ 45.000,00, Coreia do Sul US$ 30.000,00, Chile US$ 16.000,00, Russia US$ 11.000,00, México US$ 9.000,00, China US$ 8.7000,00, Venezuela 8.000,00.

No ensino universitário, a USP, há duas décadas classificada entre as 100 melhores universidades do mundo, situa-se hoje entre as primeiras 300 nos rankings internacionais, com ausência de investimentos em centros de excelência pelo governo atual e anteriores. No PISA, que mede o desempenho de alunos do ensino médio em 79 países, o Brasil encontra-se na 59ª posição.

Na segurança, o Brasil apresenta o índice de 27 assassinatos ano por 100.000 habitantes, México 29, Colômbia 25, Paraguai 7, Argentina 5, Estados Unidos 5, Europa 1, China 0,5, Japão 0,3.

A taxa de reinvestimento na economia no Brasil está em 15% do PIB, aquém da média mundial de 21%, China 44%, India 32%, Russia 23%, México 22%, Estados Unidos 21%, África do Sul 19%.

Sem reinvestimento na economia e sem capital humano, é difícil a situação do Brasil no mercado mundial. Urge a necessidade de um projeto nacional.

Ricardo Guedes é Ph.D. pela Universidade de Chicago e CEO da Sensus

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