metropoles.com

DF: vizinho de mulher espancada até a morte: “Tragédia anunciada”

De acordo com pessoas próximas a Renata Alves dos Santos, brigas entre o casal, que vivia em São Sebastião, eram constantes

atualizado

Compartilhar notícia

André Borges/Especial para o Metrópoles
Assassinato-de-Renata
1 de 1 Assassinato-de-Renata - Foto: André Borges/Especial para o Metrópoles

Dois dias após Renata Alves dos Santos, 26 anos, ser assassinada pelo companheiro, Edson dos Santos Justiniano Gomes, 43, em casa, o clima na rua onde o casal morava, na Quadra 19 do Residencial Morro da Cruz, em São Sebastião, é de revolta e tristeza.

Uma moradora da região, que preferiu não se identificar, disse que conhecia a mulher há 15 anos. “Eu não acredito que ele matou a minha amiga. A Renata devia ter denunciado e fugido. Ele era um homem trabalhador. Mas os dois brigavam muito e discutiam diariamente. Uma relação marcada por desrespeito e agressões de ambos”, afirmou.

A vizinha conta ainda que teve contato com a mãe da vítima, a testemunha ocular do crime, Judite Alves dos Santos, 68, no sábado (02/11/2019). “Ela foi levada daqui pela neta para resolver as questões de velório e sepultamento. No dia que veio ao imóvel, fui até lá. A cena era de terror. Muito sangue e sujeira. Uma tristeza”, apontou.

Outro vizinho, que mora em frente onde o casal residia, disse se tratar de uma tragédia anunciada. “Hora ou outra, um iria matar o outro. Eles brigavam alto aqui na rua. Já presenciamos correria, murros na cara. Na terça-feira [30/10/2019], ouvi eles brigando e um dizendo que iria matar o outro. Eles consumiam bebidas alcoólicas todos os dias”, afirmou.

Tio de Renata, Sílvio Alves dos Santos, 64, mora em um endereço a cerca de 300 metros do local do crime. Ele é irmão de Judite e relatou que já havia alertado mãe e filha sobre o comportamento de Edson. “Não era normal o jeito que eles se tratavam. Eu tentava dar conselhos, mas evitava ir lá. Nós estamos muito abalados. A minha irmã foi para a casa da neta dela. Não tem como voltar para cá depois de ter presenciado a morte da filha. Era jovem. Deixou dois filhos pequenos”, destacou.

A barbárie
O entregador de materiais de construção espancou a mulher até a morte, na noite de sexta-feira (01/11/2019). Edson teria levantado Renata, que já havia caído no chão, pelas orelhas da vítima e batido com a cabeça dela, diversas vezes, em uma mesa de mármore.

Ele foi detido em flagrante na residência onde vivia com esposa e a mãe dela, Judite Alves dos Santos, que presenciou o genro matar a sua filha. Ao ser levado para a 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião), para prestar esclarecimentos, o homem, que estava embriagado, dormiu e não foi possível colher o depoimento dele.

A mãe da vítima relatou que o casal estava em um bar na noite de sexta (01/11/2019) e, quando eles chegaram em casa começaram a discutir. Ela disse à polícia que Edson desferiu socos no rosto e na cabeça de Renata, a enforcou e também bateu várias vezes com a cabeça dela em uma mesa de mármore.

Depois disso, a mulher caiu no chão e a mãe tentou reanimá-la. Jogou água e a filha não reagiu. Edson então ameaçou que se Judite o denunciasse, ele a mataria também. Pouco tempo depois, o agressor cochilou e Judite saiu em busca de socorro.

Um vizinho da família foi até a residência, viu Renata no chão e acionou o Corpo de Bombeiros. Ao chegarem ao imóvel, os militares encontraram a jovem sem vida. O agressor relatou à corporação que a esposa havia caído e batido com a cabeça na quina de uma mesa. Os militares constataram que ele apresentava sinais de embriaguez.

0

Segundo relatos de testemunhas à PCDF, o casal morava há mais de um ano e meio no endereço. O relacionamento seria marcado por brigas e agressões. Havia contra Edson dois boletins de ocorrência registrados.

Em um dos casos, no início de 2019, o homem teria queimado as costas de Renata, mas ela negou ter sido ele. Já em setembro deste ano, Edson teria batido na mulher e ela pediu socorro a uma vizinha. Com hematomas e sangramentos, na delegacia, a vítima teria desistido de registrar ocorrência e saiu da unidade policial sem passar por exame de corpo de delito. Também não pediu medidas protetivas.

O delegado plantonista Mikhail Rocha e Menezes disse ao Metrópoles que Judite contou que os dois se relacionavam há quatro anos.

“Nessa ocasião, Renata relatou ser sustentada por Edson e que não iria denunciar. Isso é muito comum em depoimentos de mulheres que sofrem violência. As vítimas dizem isso e não querem representar contra o autor”, comentou o delegado.

Edson chegou a ser preso em flagrante e encaminhado para o Departamento de Controle e Custódia de Presos, no Complexo da Polícia Civil. Em 24 de setembro, passou por audiência de custódia e ficou em liberdade.

Renata era dona de casa e tinha dois filhos, de 7 e 4 anos, de outros relacionamentos. As crianças moravam com os pais. Do casamento com Edson, não teve filhos.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?