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Sommelière Bárbara Soares aponta tendência: “Fusão entre bebidas”

Entrevistada pela coluna, a também personal chef narra suas experiências na área e analisa o boom das cervejas artesanais no Brasil

atualizado

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Vinícius Santa Rosa/Metrópoles
Lançamento Vindima Europa 2018
1 de 1 Lançamento Vindima Europa 2018 - Foto: Vinícius Santa Rosa/Metrópoles

O AMOR, O SEXO E O VINHO

Amor é um livro, é novela, é um vinho do Velho Mundo.
Sexo é esporte, é cinema, é um vinho do Novo Mundo.

Amor é pensamento, teorema, é prosa, é doce, harmoniza com acidez
Sexo é imaginação, fantasia, é poesia, é oral, é ácido, harmoniza com doçura.

Amor é bossa nova, relaxante como uma taça de um bom tinto.
Sexo é carnaval, alegre como um espumante.
Amor é para sempre.
Sexo é para sempre.
Vinho também.

Sexo é do bom, o vinho aumenta o apetite sexual.
Amor é do bem, o vinho proporciona um maior e melhor desempenho.

Amor é uma taça de vinho.
Sexo são duas taças de vinho.

Amor com vinho é Afrodite e Baco.
Sexo com vinho é Eros e Dionísio.

Sexo antes, bebendo champagne.
Amor depois, tomando um Porto.

Amor é vinho, a bebida mais romântica.
Sexo é espumante, desinibidor e cheio de intenções.

Amor pede um vinho encorpado que dura.
Sexo um vinho leve para ter fôlego depois.

Vinho é tinto, branco ou rosé.
Vinho é espumante, fortificado ou de sobremesa.

Sexo sem amor é uma taça de vinho vazia.
Amor sem sexo é um vinho que acabou.

E coisa e tal
E tal e coisa

Ai o amor
Hmm o sexo, ahh

Para déficit de atenção, no amor ou no sexo, vinho e Rita Lee na veia.
Já declararam que o vinho é até melhor que sexo. Mas isso também já é um pouco de exagero.

Quatro tulipas com Bárbara Soares

Nossa entrevistada é professora e consultora de várias instituições de formação profissional e de diversos estabelecimentos, cervejarias e eventos. Possui formação como sommelière, de cervejas e de vinhos, e especialização em destilados, participando como juíza em concursos de bebidas (cervejas, vinhos e destilados).

Divulgação

É coordenadora e professora do curso de bartender do projeto Learning for Life – Escola da Cerveja & Diageo desde 2018. Atua como personal chef em Brasília desde 2012, com especialidade em cozinha mediterrânea e harmonizações com bebidas.

Como está o cenário da cerveja em Brasília atualmente? Quais as perspectivas?

Hoje temos em Brasília mais de 30 diferentes marcas, sendo cinco fábricas dentro do DF e inúmeras no Entorno. São mais de 400 torneiras voltadas para cervejas artesanais e especiais em vários PDVs [pontos de venda].

A cena cervejeira está aquecida com festivais locais que já se consagraram como tradicionais na capital, entre eles, o BBFH – Brasília Brew Fest and Homebrewers e o Desafio Corina, que surgiu neste ano e visa fomentar o mercado cervejeiro local, principalmente no que tange aos sommeliers profissionais formados. Eles têm a chance de serem jurados técnicos numa competição de cervejas caseiras que podem ser premiadas. Ganhando, assim, visibilidade, bem como produção industrial junto à Corina Cervejaria.

Como as grandes marcas estão reagindo a essa invasão das micro e até já médias cervejarias?

No Brasil temos 1 mil cervejarias artesanais independentes cadastradas perante a Abracerva [Associação Brasileira da Cerveja Artesanal]. É notória a preocupação das “gigantes” em relação à revolução craft.

Atualmente, a postura do consumidor visa mais à qualidade do que à quantidade. Muito embora cervejarias artesanais também têm tendência a se adequarem para conquistar o público em geral. Apostar em estilos de cervejas mais leves pode ser uma boa saída.

Como a cerveja entrou na sua vida? Tem alguma lembrança de viagem relacionada a essa bebida?

Experimentei uma cerveja artesanal pela primeira vez em 2002 e, desde então, já foram 17 anos dedicados a esse líquido precioso. Entre viagens a fábricas, países e cidades icônicas no universo cervejeiro, aquisição de inúmeros livros, foram quase 1 mil cervejas degustadas… De 2015 para cá, me profissionalizei: formei sommelière de cervejas e me especializei em harmonizações, análise sensorial. Além disso, me tornei juíza de inúmeros concursos cervejeiros locais, estaduais e nacionais.

Hoje, dou aulas em Brasília, Recife e Porto Alegre. Presto consultoria em diversos estabelecimentos e cervejarias. E estou sempre buscando ir além e obter mais certificações e, claro, aprendizado.

Qual seria uma grande tendência de mercado atual?

Fusão entre bebidas. Cada vez mais, temos cervejas envelhecidas/maturadas com madeira que carregam boa complexidade, bem como personalidade dos vinhos, por exemplo. Interação entre as mais variadas bebidas já faz parte dessa realidade.

Vinhos, cervejas e destilados não são vistos como concorrentes, mas sim como complementares. Hoje um bom profissional que queira se destacar no ramo de bebidas tem que saber transitar, bem como identificar características e semelhanças entre essas bebidas.

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