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Oficinas temáticas são essenciais para se trabalhar com gastronomia

Em Brasília, há cursos práticos e teóricos voltados a diversas áreas, como serviço e vinhos

atualizado

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Um dos grandes problemas que surgem para as empresas no ramo da gastronomia é encontrar profissionais qualificados. Depois, o desafio é mantê-los, evitando a alta rotatividade comum a este mercado. Essa constante troca de funcionários é ainda pior para os estabelecimentos que não investem em uma administração qualificada, plano de carreira, benefícios e salários adequados.

É contraditório que, com tantos milhões de desempregados, existam vagas no ambiente de gastronomia porque não há trabalhadores qualificados para as ocuparem. Trabalhar nessa área demanda paixão e preparo. Portanto, a dificuldade é encontrar mão de obra qualificada e ainda apaixonada pela profissão. Tudo isto, infelizmente, para ganhar um salário baixo.

Dentre outras instituições que formam mão de obra, gostaria de focar no Instituto Federal de Brasília (IFB), que proporciona gratuitamente diversos cursos. Tive a oportunidade, em duas ocasiões, de dar aulas sobre vinho por lá, a primeira vez no campus do Riacho Fundo e, mais recentemente, no da L2 Norte.

Recebi o convite da professora Elisselia Ramos para assistir umas das oficinas da disciplina Alimentos e Bebidas, do Curso Tecnólogo em Eventos. Nesta matéria, os alunos aprendem em sala sobre o serviço e a gastronomia voltada a eventos. Já as oficinas complementam o ensino teórico, visando preparar os alunos para o mercado do DF.

Para as Oficinas de Serviço, são realizadas parcerias com alguns profissionais renomados, em diversas áreas. Por exemplo, vinhos com Ricardo Carvalho, da Vini Vinhos, e a oficina de Slow Style, da professora e gastrônoma Ana Paula Jacques.

Universo do café

Assisti no espaço Orpheum, no Lago Sul, a oficina do Universo dos Cafés com o produtor e barista Thiago Motta, da Arbor Café Especiais – produtor do Cerrado mineiro, na fazenda Jatobá. Nesta região, é produzido um dos grãos mais pontuados e caros do mundo: em 2017, saíram 6 sacas de 65kg, vendidas em um leilão, para compradores australianos e americanos, a R$55 mil (cada saca).

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Oficina do Universo dos Cafés com o produtor e barista Thiago Motta, da Arbor Café Especiais

O barista tratou sobre a importância da bebida: o que é café, café especial, métodos de preparo e o famoso expresso. A diferença entre os tradicionais, superior, premium, gourmet e os especiais, que é uma classificação técnica, realizada após uma prova de balizamento com o propósito de pontuar as qualidades do café.

Aprendi que o café é a segunda maior cadeia econômica mundial, perdendo apenas para o petróleo.

Para o Thiago estas oficinas permitem o acesso de um público que muitas vezes não está familiarizado e nem entende a importância de cafés especiais.

Preparação de alunos

Para a chef Leninha Camargo, responsável pela oficina sobre Serviços de Tipos de Mesa, Mesa Posta e Etiqueta à Mesa, o objetivo é dar o máximo possível de prática para os alunos. E acrescenta: “São jovens que estão iniciando neste mundo da gastronomia, por isso falar de vinhos, café, serviços de salão, é tudo muito interessante para eles pegarem uma base boa”.

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Chef Leninha Camargo, na oficina sobre Serviços de Tipos de Mesa, Mesa Posta e Etiqueta à Mesa

Conversei com dois alunos, a Célia Amaral, do 3º semestre do curso, sobre a experiência. “As oficinas trazem a prática. Nelas, aprendemos como comprar e oferecer os produtos para os nossos clientes. Uma oportunidade única para quem quer seguir a carreira de produtor de eventos ou cerimonialista”, avalia. “Além do dia a dia, Leninha nos passou como é a produção, uma visão macro, desde o pré-evento, o evento e o pós-evento. Tudo de forma didática, na prática”, concluiu.

Herbet Rafael diz que se apaixonou pelo curso de Tecnólogo em Eventos. “Foi além do que eu esperava, pensei que seria apenas teoria, mas o IFB proporciona oficinas, trabalho, mesmo que voluntário, em alguns eventos”, opina.

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