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Vírus letal da Bolívia pode ser transmitido entre humanos, diz CDC

O Chapare já causou quatro mortes e tem sintomas parecidos aos decorrentes da infecção pelo ebola

atualizado

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Reptile8488/GettyImages
pesquisa em laboratório
1 de 1 pesquisa em laboratório - Foto: Reptile8488/GettyImages

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos apresentou os resultados de um estudo sobre o vírus Chapare, responsável por dois surtos e quatro mortes na Bolívia. Segundo os pesquisadores, além de ser transmitido por roedores, o organismo pode ser passado entre humanos.

O Chapare tem sintomas semelhantes ao de febres hemorrágicas, como a causada pelo vírus ebola: febre, dor de cabeça, diarreia, vômito, sangramento na gengiva, dores nas articulações e erupções cutâneas. A infecção causa problemas severos em vários órgãos. Seu nome diz respeito à região onde foi identificado pela primeira vez, em 2003.

O último surto ocorreu em 2019, e deixou três mortos. Desde então, três pessoas estão sendo tratadas como casos suspeito, aguardando testes específicos. Os pesquisadores acreditam que o Chapare possa estar em circulação na Bolívia há anos, mas os pacientes infectados podem ter sido diagnosticados com dengue. Ainda não há tratamento específico para a infecção.

Transmissão

Anteriormente, se acreditava que o vírus só era transmitido pelo contato direto com roedores infectados (mordidas ou arranhões) ou indireto (ingestão de alimentos contaminados com fluidos dos animais).

Porém, analisando o último surto, foi verificado que médicos que estavam cuidado de infectados foram contaminados ao ter contato com fluidos dos pacientes — procedimentos como intubação e compressões torácicas são especialmente perigosos.

“Nosso trabalho confirmou que um jovem residente médico, um médico de ambulância e um gastroenterologista contraíram o vírus após encontros com pacientes infectados”, disse Caitlin Cossaboom, epidemiologista do CDC, durante reunião da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, na segunda-feira (16/11).

Ela explica que, com essa nova informação, profissionais de saúde envolvidos no cuidado de pessoas contaminadas devem tomar “extremo cuidado” para não ter contato com sangue, saliva, urina ou sêmen. O vírus foi encontrado 168 dias depois da infecção no sêmen de um dos pacientes, o que sugere que o Chapare seja transmitido também por via sexual.

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