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Febre hemorrágica brasileira: entenda a doença e seus riscos

Ministério da Saúde lançou boletim epidemiológico para comunicar sobre a morte recente de um paciente em São Paulo

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1 de 1 vírus - Foto: CDC/Unsplash

Na noite da última segunda-feira (20/01/2019), o Ministério da Saúde confirmou que um homem morreu em decorrência da febre hemorrágica brasileira. A doença, causada por um novo arenavírus 90% semelhante ao conhecido como Sabiá, não era registrada no país há 20 anos. Em toda a literatura científica foram registrados apenas quatro casos da infecção. O homem, morador de Sorocaba (SP), faleceu no dia 11 de janeiro e é considerado o quinto caso.

A família de arenovírus se divide em três: mammarenavírus (infecta mamíferos), reptarenavírus e hartmanivírus (répteis). A variedade mammarenavírus é subdividida em Velho Mundo e Novo Mundo e tem 35 espécies diferentes. Segundo o Ministério da Saúde, já foram identificados na América do Sul o vírus Junin (Argentina), Machupo e Chapare (Bolívia), Guanarito (Venezuela) e Sabiá (Brasil). A pasta alerta ainda que a febre hemorrágica brasileira, causada por um parente próximo do Sabiá, é “considerada extremamente rara e de alta letalidade”.

A doença
A transmissão do arenavírus acontece pela inalação de pequenas partículas de urina, fezes ou saliva de roedores silvestres suspensas no ar, além de mordidas de animais — camundongos e ratos urbanos não transmitem o vírus. O contágio também pode ocorrer entre pessoas que estão próximas e pelo contato com secreções e excreções corporais como urina, fezes, saliva, vômito, sangue e sêmen.

Segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, entre a exposição ao vírus e o início dos sintomas podem-se passar de 5 a 21 dias, com a maioria dos casos acontecendo no período de 6 a 14 dias. Os primeiros sintomas são febre, mal-estar, dores musculares, dor epigástrica e retro-orbital, dor de cabeça, tonturas, sensibilidade à luz e constipação.

“Com a evolução da doença pode haver comprometimento neurológico”, diz o documento. O quadro evolui para problemas no figado resultando em hepatite, com dor abdominal, hemorragias em mucosas, machucados na boca e inchaço dos nódulos linfáticos, entre outros sintomas.

Não são só os arenavírus que podem causar as febres hemorrágicas. Outros vírus como o flavivírus (dengue hemorrágica), nairovírus (febre hemorrágica do Congo e da Crimeia), phenuivírus (febre do Vale Rift), hantavírus e filovírus (ebola) também podem desencadear a doença.

A doença tem nível de Biossegurança 4 e os casos devem ser notificados em até 24h ao Centro de Vigilância Epidemiológica Prof. Alexandre Vranjac, em São paulo. De acordo com a Fiocruz, o “nível de Biossegurança 4 é indicado para o trabalho que envolva agentes exóticos e perigosos que exponham o indivíduo a um alto risco de contaminação de infecções que podem ser fatais, além de apresentarem um potencial relevado de transmissão por aerossóis”. O profissional de saúde que atender o paciente precisa tomar medidas de proteção individual para não ser contaminado.

Histórico de casos
O primeiro caso registrado da febre hemorrágica por arenavírus no Brasil aconteceu na década de 1990, também no estado de São Paulo. Uma mulher, de 25 anos, esteve em Cotia, em um bairro chamado Sabiá e, após sua morte, o vírus foi identificado como inédito, da família arenavírus, e recebeu o nome do bairro onde a paciente foi infectada.

Um dos técnicos de laboratórios que analisava as amostras clínicas do caso foi infectado acidentalmente e sobreviveu. Outro caso semelhante aconteceu nos Estados Unidos — um virologista se infectou durante procedimentos laboratoriais.

A última vez que o vírus Sabiá apareceu na literatura científica foi em 1999. Um homem de 32 anos, operador de máquina de grãos de café e residente de uma área rural em Espírito Santo do Pinhal, também em São Paulo, apresentou os sintomas e, depois de sete dias hospitalizado, acabou falecendo.

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