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Vacina da Janssen chegará ao Brasil com prazo de validade curto

Imunizante será enviado apenas para as capitais. Ministério da Saúde fará “mutirões” e “ampla campanha” para incentivar a vacinação

atualizado

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Pavlo Gonchar/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Vacina Johnson & Johnson
1 de 1 Vacina Johnson & Johnson - Foto: Pavlo Gonchar/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Ainda sem data confirmada para chegar ao Brasil, o lote com 3 milhões de vacinas contra Covid-19 da Janssen tem prazo de validade até o dia 27 de junho – ou seja, daqui a menos de três semanas. A informação foi confirmada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em depoimento à CPI da Covid no Senado nessa terça-feira (8/6).

Esse é o lote que o ministro havia anunciado ter conseguido antecipar doses, junto à farmacêutica Johnson & Johnson, na última sexta-feira (4/6). A expectativa do governo Bolsonaro é que os imunizantes cheguem ao país na próxima semana, mas a confirmação da data ainda depende do aval da agência reguladora dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês).

O prazo de validade curto dos imunizantes foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo. Questionado na CPI pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Queiroga atestou a informação: “Entendemos que temos de fazer uma estratégia para aplicar essas 3 milhões de doses em um prazo muito rápido, para não correr o risco de vencer”.

A antecipação teria sido “pactuada” pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), segundo o ministro. “Naturalmente que, se tardar o posicionamento do FDA, essas 3 milhões de doses podem não ser mais úteis para nós, por conta da exiguidade de prazo”, disse Queiroga.

De acordo com o Ministério da Saúde, para acelerar a entrega, as vacinas da Janssen serão enviadas apenas para as capitais – mesmo modelo adotado inicialmente para os imunizantes da Pfizer. A pasta também afirma que vai fazer “mutirões de vacinação” e “ampla campanha” para incentivar as pessoas a irem aos postos de saúde. Assim, a meta do governo é esgotar todas as doses em até cinco dias.

O ministério diz, ainda, que o Brasil é capaz de vacinar 2,4 milhões de pessoas por dia. Dados do consórcio de veículos de imprensa, no entanto, mostram que o número de pessoas vacinadas contra a Covid-19 ficou próximo a 1 milhão por dia na última semana. Em 23 de abril, a marca mais elevada desde o início da campanha, houve a aplicação de 1.744.001 doses.

Secretarias estaduais só foram informadas do prazo de vencimento dessas vacinas em reunião técnica na manhã de terça-feira (8/6). Algumas pastas também aguardam documento oficial que confirme a data da validade e também de distribuição das doses.

Presidente do Conass e secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula confirmou que o conselho foi consultado. “Era a oportunidade de receber esses lotes. Com o ritmo de vacinação, a gente acredita que serão de 10 a 14 dias para aplicar essas vacinas”, disse. “Se houver esse prazo, há condição de aplicar sem deixar nenhuma estragar.”

Ao todo, o Ministério da Saúde fechou acordo com a Johnson & Johnson para a aquisição de 38 milhões de doses. Pelo planejamento, a previsão de entrega era de 16,9 milhões entre julho e setembro, além de 21,1 milhões de outubro a dezembro.

A vacina da Janssen é aplicada em dose única, ao contrário das demais utilizadas no Brasil. Ela foi aprovada em março pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Até o momento, o país conta com três vacinas com uso emergencial aprovado: Oxford/AstraZeneca, Coronavac e Pfizer. Na semana passada, a Anvisa também autorizou a importação da russa Sputnik V e da indiana Covaxim, em caráter excepcional e com uso limitado a 1% da população.

Saiba como as vacinas contra Covid-19 atuam:

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