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Saúde mental: ansiedade diminuiu entre as ondas de Covid, diz pesquisa

Estudo com participação da UFG o nível de ansiedade e depressão entre a população durante dois momentos diferentes da pandemia

atualizado

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Grace Cary/ Getty Images
Pessoa segurando uma máscara de proteção contra Covid no modelo PFF2 - Metrópoles
1 de 1 Pessoa segurando uma máscara de proteção contra Covid no modelo PFF2 - Metrópoles - Foto: Grace Cary/ Getty Images

Um estudo com contribuição da Universidade Federal de Goiás (UFG) indica que os níveis de depressão e ansiedade da população diminuíram entre a primeira e a quarta onda de Covid-19 no Brasil. No início da pandemia, 23,2% dos participantes apresentaram ansiedade, sendo que cerca de um terço deles apresentou sintomas depressivos moderados e graves. Já em 2022, os dois percentuais foram reduzidos, respectivamente, para 14,8% e 19,3%. A pesquisa foi publicada na coleção digital da Organização Mundial da Saúde (OMS) em junho deste ano.

O trabalho teve como objetivo avaliar a relação da prática de atividades físicas com a ansiedade e a depressão vivenciadas durante duas fases distintas da pandemia. Os pesquisadores realizaram a coleta dos dados por meio de questionários aplicados virtualmente, que foram respondidos por brasileiros a partir de 18 anos de 26 estados e do Distrito Federal. No primeiro momento, em junho de 2020, o grupo contou com cerca de 1.800 participantes; em junho de 2022, o número foi de 728.

A coordenadora da pesquisa foi a professora Marília dos Santos Andrade, do departamento de fisiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Além da UFG e da instituição paulista, participaram colaboradores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e da Universidade de Zurique, na Suíça.

O questionário foi composto por quatro seções: na primeira, foi avaliado o nível de atividade física, com uma metodologia padronizada; depois os voluntários informaram sobre quadros de ansiedade e depressão. Por último, foram feitas perguntas sobre a adesão ao isolamento social, que variavam entre “não estou aderindo de forma alguma” a “estou aderindo totalmente”.

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Entre os indicadores que potencializaram os transtornos depressivos e de ansiedade durante a pandemia de Covid-19, o estudo apontou as incertezas em relação ao futuro, preocupações com a saúde, frustração, tédio, crise econômica, redução da renda familiar e turbulência política.

Resultados

Apesar da redução das taxas de ansiedade e depressão entre as duas ondas, os pesquisadores consideram que os sentimentos de ansiedade e depressão foram altos nos dois momentos da pandemia. Para combatê-los, os autores propõem a adoção de medidas de incentivo à atividade física e promoção da saúde mental, alternativas não farmacológicas para o tratamento de ansiedade e depressão.

“A alta prevalência dos sintomas de ansiedade e depressão está relacionada à baixa atividade física, o que já é comprovado pela literatura e foi confirmado no nosso estudo”, revela o professor Claudio Andre Barbosa de Lira, dos programas de pós-graduação em Educação Física e de Ciências da Saúde na UFG.

Ele diferencia atividade física de exercício físico: “Atividade pode ser sair para passear com o cachorro, caminhar na rua com amigos, varrer a casa. Exercício é qualquer movimento planejado, padronizado e onde há contração muscular”, acrescenta.

O professor ainda indica que pessoas sedentárias podem começar realizando atividades físicas e, aos poucos, aumentar a estruturação e a intensidade para gerar sobrecarga nos níveis respiratórios e cardiovasculares. Ele aponta que, no geral, pessoas que  já sedentárias antes da pandemia tiveram a tendência de permanecer no mesmo estado mesmo com o afrouxamento das medidas de isolamento e a diminuição dos casos da doença.

Perspectivas

“Os resultados do trabalho são importantes para dar um retorno para a sociedade de forma objetiva. Esperamos que, com isso, as secretarias de saúde e o Ministério da Saúde possam realizar intervenções adequadas e objetivas para incentivar a prática de atividades físicas pois, além de melhorarem a saúde mental, elas ajudam a combater uma série de doenças, como obesidade, diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares”, afirma o professor Claudio.

Uma terceira fase da pesquisa está sendo idealizada para quando for decretado o fim da pandemia. Ao mesmo tempo, os pesquisadores da UFG desenvolvem um estudo específico sobre o mesmo tema voltado aos estudantes universitários.

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