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OMS: “Quanto mais deixarmos o vírus se espalhar, maior a chance de mutação”

Segundo a Organização Mundial de Saúde, variante da Covid-19 é mais transmissível que a anterior. Contudo, “está sob controle”

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Tedros Adhanom Ghebreyesus
1 de 1 Tedros Adhanom Ghebreyesus - Foto: Picture Alliance/Getty Images

Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (21/12), o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a nova variante do coronavírus identificada no Reino Unido é mais transmissível do que as outras já constatadas, mas não parece causar doença mais grave ou aumentar a mortalidade.

“Vírus mudam, é natural e esperado. Não posso deixar de frisar: quanto mais o deixarmos se espalhar, mais oportunidade ele terá de mudar”, salienta o diretor-geral. Além de no Reino Unido, a variante já foi encontrada na Austrália, Dinamarca, Holanda, Islândia e Itália.

A infectologista responsável pela resposta da entidade à pandemia, Maria Van Kerkhove, explica que há um aumento na taxa de transmissão, de 1,1 entre as outras variantes para 1,5 nesta, ou seja, 100 pessoas são capazes de infectar outras 150, e o vírus pode contaminar mais indivíduos. Isso significa que o vírus se tornou mais eficiente para invadir células e ser transmitido.

“Não há mudança na severidade ou no quadro clínico, mas o Reino Unido ainda está estudando, e esperamos resultados nos próximos dias ou semanas. A princípio, não há impacto na eficácia das vacinas, mas há muitas informações chegando”, assinala a infectologista.

Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS, ensina que o coronavírus, apesar de mostrar mutações, é bem mais devagar nas mudanças do que o vírus da influenza, por exemplo. Segundo a especialista, todas as variantes estão sendo testadas, e nenhuma, até o momento, teve impacto no tratamento ou nas vacinas.

A mensagem dos diretores da entidade é que não importa a variante, é preciso evitar a transmissão, e as dicas valem para todos os tipos de Sars-CoV-2 identificados até agora. Distanciamento social, uso de máscara e higiene pessoal devem ser reforçados.

“Nós sabemos como fazer, como nos proteger e proteger os outros. São as mesmas regras para todas as variantes. A ciência vai encontrar as respostas que não temos, mas precisamos parar a transmissão do coronavírus”, destaca Michael Ryan, diretor de emergências da OMS.

Ele acrescentou que a nova variante do coronavírus descoberta no Reino Unido “não está fora de controle”. “Registramos um R0 [taxa de transmissão do coronavírus] muito superior a 1,5 em diferentes momentos dessa pandemia, e a controlamos. Essa situação, nesse sentido, não está fora de controle”, afirmou.

Variante na África do Sul

A OMS também recebeu informação sobre uma nova variante do coronavírus que está em circulação na África do Sul. Porém, apesar de a mutação ser semelhante à do Reino Unido e ter sido divulgada quase ao mesmo tempo, não são iguais, já que a variante na qual aconteceu a mudança é diferente.

A infectologista Van Kerkove lembra que só é possível identificar essas mutações quando se tem um sistema de vigilância forte, e agradeceu a transparência dos países e o esforço da comunidade científica para publicar os genomas dos vírus.

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