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“Não é hora de viajar para a Europa”, diz Vecina, fundador da Anvisa

Continente voltou a ser epicentro da pandemia da Covid-19. Gonzalo Vecina defende medidas mais rígidas para conter surtos de Covid

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Reprodução/Zoom
Gonzalo Vecina Neto
1 de 1 Gonzalo Vecina Neto - Foto: Reprodução/Zoom

A recente reabertura das fronteiras dos principais destinos turísticos do mundo tem incentivado muitos brasileiros a sonhar novamente com viagens para o exterior. Mas, para o médico sanitarista Gonzalo Vecina, ex-diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e um dos fundadores do órgão, este ainda não é o momento ideal para programar férias para a Europa.

“Para os países europeus, eu diria que não é hora de viajar. É perigoso porque a variante Delta está circulando de forma mais ativa”, explicou Vecina em entrevista ao Metrópoles. “Tem que tomar muito cuidado, usar máscara, manter o distanciamento social e ficar ainda mais atento em ambientes fechados”, alertou.

Enquanto o Brasil observa a melhora dos indicadores da pandemia da Covid-19 – com mais de 67% da população com 12 anos ou mais totalmente imunizada e a redução dos registros de novos casos e mortes –, alguns países da Europa caminham na direção oposta, com as infecções diárias atingindo níveis recordes.

Na última semana, o continente registrou cerca de 2 milhões de novos casos e 27 mil mortes em razão da doença. A quantidade de óbitos representa mais da metade de todas os falecimentos que ocorreram no mundo no período, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Vacinação na Europa

A Europa vive dois cenários distintos quando o assunto é a imunização. A maior parte dos países do lado ocidental do continente conta com boas políticas públicas de incentivo à vacinação, com até 80% da população completamente imunizada. A parte Oriental – incluindo Rússia, Bulgária e Sérvia, por exemplo –, segue com baixa cobertura vacinal por diferentes motivos, como a falta de doses, recusa da população em se vacinar e/ou limitações nas políticas públicas.

Surgimento de novas variantes

As variantes dos vírus circulam de formas diferentes no mundo. Atualmente, a Delta, identificada pela primeira vez na Índia, é a de maior circulação na Europa.

“A Delta está varrendo a Europa que, civilizadamente, conseguiu ter menos casos e tem uma cobertura vacinal interessante, mas não suficiente. E os países orientais não têm cobertura vacinal embora tenham tido algum sucesso em segurar a doença no primeiro momento”, analisa o ex-diretor-presidente da Anvisa.

Vecina explica que, com a evolução da doença em algumas partes do mundo, a chance de surgir uma nova variante é grande porque elas obedecem a eventos probabilísticos, isto é, quanto mais casos ocorrerem, maior é a probabilidade de ocorrer um erro, que provoque mutação na genética viral. “Pode surgir uma nova letra grega nessa história e começar tudo de novo, se ela for resistente à vacina”, acredita.

Inverno

Outro fator que influencia o aumento de casos é o inverno porque, durante o período, as pessoas tendem a passar mais tempo em ambientes fechados, aglomeradas. Mas Vecina não vê este componente como decisivo para afirmar que nas próximas estações a doença recuará novamente.

“É um conjunto de elementos que está fazendo com que a Europa passe por esta dor de cabeça. A temperatura é um dos componentes, mas não é decisivo. O principal é a existência de pessoas suscetíveis”, pondera.

O médico sanitarista acredita que a melhor estratégia para conter novos surtos do vírus Sars-CoV-2 nesses países é adotar medidas mais rígidas agora, antes que a doença faça mais vítimas. Ele sugere a imposição de lockdown para diminuir a frequência com que as pessoas se expõem ao vírus, restabelecer o uso de máscaras e acelerar o ritmo de vacinação.

Veja quais são os sintomas mais frequentes de Covid-19:

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