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Estudo: microplásticos causam alterações similares à demência em ratos

Pesquisadores da Universidade de Rhode Island, nos EUA, encontraram os microplásticos em todos os órgãos dos ratos, incluindo o cérebro

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Fotografia colorida mostra mão cheia de areia com microplásticos coloridos de plástico - Metrópoles
1 de 1 Fotografia colorida mostra mão cheia de areia com microplásticos coloridos de plástico - Metrópoles - Foto: GettyImages

Os microplásticos estão presentes em praticamente tudo o que consumimos, como embalagens de alimentos, roupas e até mesmo no ar. Um estudo feito com camundongos na Universidade de Rhode Island (EUA) revelou que as partículas conseguem se espalhar por todos os órgãos do corpo, incluindo o cérebro.

Os pesquisadores ficaram surpresos ao observar que mesmo os roedores jovens são afetados pela presença das minúsculas partículas de plástico, desenvolvendo alterações comportamentais semelhantes à demência em humanos, além de apresentar mudanças nos marcadores imunológicos no fígado e no cérebro.

Os resultados foram publicados no International Journal of Molecular Science em 1º de agosto. “Para nós, isto foi impressionante. Não eram doses elevadas de microplásticos, mas em um curto período de tempo vimos estas mudanças”, afirma o neurocientista Jaime Ross.

Pesquisas anteriores já haviam encontrado microplásticos em diferentes partes do corpo humano, como no coração, pulmões, intestino, corrente sanguínea e até mesmo infiltrando-se na placenta, mas pouco se sabe sobre os efeitos a longo prazo.

Estudo com micropásticos

No novo estudo, os cientistas da Universidade de Rhode Island queriam entender se o material pode tornar os animais mais suscetíveis à inflamação sistêmica à medida que envelhecem; se o corpo pode se livrar dos microplásticos com facilidade; e se as células respondem de maneira diferente às toxinas, por exemplo.

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Como parte do experimento, camundongos jovens e de idade avançada receberam água tratada com microplásticos feitos de poliestireno fluorescente durante três semanas. O grupo de controle recebeu um placebo.

O comportamento de todos eles foi avaliado regularmente em testes de campo aberto, que incentivam o comportamento exploratório, e testes de claro-escuro, para avaliar a aversão dos roedores a áreas iluminadas.

Ao final das três semanas, as partículas fluorescentes foram encontradas em todos os tecidos examinados: cérebro, coração, fígado, rim, baço, pulmões e trato gastrointestinal, além da urina e fezes dos animais que beberam água com microplásticos.

Eles também apresentaram mudanças comportamentais significativas. Os efeitos mais fortes foram observados nos ratos mais velhos.

Para os pesquisadores, a presença do poluente potencialmente tóxico no cérebro indica que ele pode atravessar a barreira imunitária que separa o sistema nervoso central da corrente sanguínea, possivelmente levando a problemas neurocognitivos.

Os cientistas ponderam que ainda não é possível assumir que os microplásticos têm o mesmo efeito em humanos, mas o resultado encontrado é um passo importante para a elaboração de mais estudos.

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