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Mamãe biônica: “A amputação de uma perna morta me deu mais vida”

Jornalista de 43 anos criou perfil no Instagram para encorajar mulheres que apresentam deficiência física a viverem uma vida plena

atualizado

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ARQUIVO PESSOAL
A jornalista Elizângela Toniolo, que perdeu uma perna por causa de um tumor
1 de 1 A jornalista Elizângela Toniolo, que perdeu uma perna por causa de um tumor - Foto: ARQUIVO PESSOAL

A jornalista Erisângela Toniolo, de 43 anos, perdeu a perna direita ainda na adolescência. Ela tinha 16 anos quando descobriu um tumor no joelho. A cirurgia seria apenas para a retirada da neoplasia, mas, durante a recuperação houve uma complicação, e o membro precisou ser amputado.

“Era a perna ou eu inteira. Não cabia uma decisão minha”, relata a moradora de Águas Claras.

Vinte e seis anos depois, Erisângela relembra o momento sem amargura. O tempo passou, ela reaprendeu a caminhar – primeiro de muletas e, depois, com uma prótese – e construiu para si a vida que queria. “Aos poucos, fui percebendo, que só eu poderia me limitar. Eu não tinha uma perna, teria que fazer adaptações, mas isso não me limitaria.”

O percurso nem sempre foi fácil, hoje, ela acolhe com mais compreensão os momentos de fragilidade pelos quais passou. “Fiquei 10 anos sem usar short, vestido ou saia curta. Daí, percebi que o outro olha para mim da maneira como eu me olho e decidi que não tinha motivos para me esconder”, afirma.

Eri, como os amigos a chamam, fez duas faculdades, é casada há 10 anos com André e tem dois filhos: Heitor, de 5 anos, e Nicolas, de 2 anos. Na primeira gravidez, algumas inseguranças voltaram a atormentá-la. Conseguiria pegar o filho no colo? Socorrê-lo em um acidente doméstico? Brincar com ele no parquinho?

A vida real foi lhe mostrando que tudo seria mais fácil do que o imaginado e, para compartilhar sua jornada de mãe, criou um perfil no Instagram chamado @mamaebionica. Ela conta que, logo depois de ter o primeiro filho, buscou conteúdos nas redes sociais sobre mulheres com deficiência física que eram mães e encontrou apenas um ou dois.

“O perfis costumam ser de mães contando sobre os problemas de saúde dos filhos”, relata. Decidiu mostrar sua vida para encorajar mulheres que têm deficiências físicas mas alimentam o sonho da maternidade.

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Cotidiano
O cotidiano da jornalista é tão agitado quanto o de qualquer mulher que equilibra as tarefas de mãe e profissional com os afazeres domésticos. Para ter energia, Erisângela não descuida da saúde, faz musculação todos os dias – quando as crianças estão dormindo – e uma vez por semana treina badminton (esporte semelhante ao tênis) e remo – no centro de reabilitação Sarah Kubitschek.

De manhã, a prioridade são os filhos e a casa. À tarde, ela trabalha como editora da TV Justiça.

Uma cena recente, na escola do filho do mais velho, encheu o coração de Erisângela de ternura. Um coleguinha perguntou para Heitor: “Por que sua mãe não tem uma perna?” O filho respondeu: “Ela tem, mas é uma perna de robô porque a outra não prestava”. Depois da resposta, os dois continuaram a brincar e Eri compreendeu que a curiosidade infantil é isenta de julgamentos.

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