Gêmeas com quadros muito diferentes de Covid-19 intrigam cientistas
Kelly e Kimberly moram juntas, têm comorbidades semelhantes, mas só uma delas precisou ser intubada para se recuperar da infecção
atualizado
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Aos 35 anos, as irmãs gêmeas americanas Kelly e Kimberly Standard sempre viveram juntas. Além de dividirem o mesmo DNA e a mesma aparência, moram no mesmo apartamento até hoje, têm sobrepeso e problemas metabólicos. As duas tiveram Covid-19 ao mesmo tempo mas, pela primeira vez na vida, enfrentaram situações muito diferentes.
Kelly, que tem asma e um caso mais severo de diabetes, teve febre e falta de ar, chegou a ser internada, mas foi liberada uma semana depois. Sua irmã, em contrapartida, passou um mês em condição crítica, precisou ser intubada e ficou na UTI para se recuperar da infecção.
A situação rendeu um estudo de caso publicado na revista científica Journal of Medical Cases e surpreendeu os profissionais de saúde responsáveis pelo tratamento.
Os cientistas ainda não entendem como pessoas geneticamente idênticas podem ter apresentado reações tão distintas ao coronavírus, mesmo considerando que não é só o DNA que define como o corpo lida com infecções. Fatores externos que acontecem ao longo da vida, como exposição a diferentes situações e alimentos, que influenciam na microbiota intestinal, também podem produzir consequências na resposta imunológica.
Embora ainda não esteja comprovado pela ciência, outra hipótese é que a carga viral faça diferença na gravidade da infecção. Neste caso, Kimberly teria tido contato com maior quantidade de coronavírus e, por isso, apresentou um desfecho pior.